Arquidiocese de SP está oferecendo abrigo a moradores de rua com coronavírus

Devido aos casos confirmados de coronavírus em São Paulo, a Arquidiocese está oferecendo a Casa de Oração do Povo da Rua, na região central, como espaço de abrigo para moradores de rua que forem infectados com Covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus.

Sobre a iniciativa, o Padre Julio Lancelloti, coordenador da Pastoral do Povo de Rua, disse: “A gente sabe que, pelo censo, mais de 50% da população de rua está na rua. E se precisar de algum lugar para quarentena, a Arquidiocese oferece espaço que sob orientação da Secretaria da Saúde possa ser utilizado”.

A iniciativa foi apoiada por Dom Odilo Scherer, Arcebispo Metropolitano, que também está preocupado com a situação.

“A estimativa é a de que existem 24 mil moradores na cidade, sendo 7 mil em alto risco, seja por outras doenças que já tem, seja pela idade”, disse o Padre Júlio.

A capacidade do local é para isolar até 50 pessoas, “dependendo do uso que for feito”, afirma o pároco.

“Duas pessoas da Secretaria da Saúde estiveram lá, viram o espaço, viram com alguma possibilidade de adequação e contam com essa possibilidade caso seja necessário”, completou o pároco.

A Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania disse que “ainda não foi procurada oficialmente para discutir esta possibilidade, e entende que nesse momento, todos os esforços para dar apoio e proteger as populações mais vulneráveis da cidade são muito bem vindos, e portanto se coloca à disposição para pensar alternativas que possam reduzir o impacto da propagação do novo coronavírus no município.”

Segundo dados de 2019 da Secretaria Municipal de Assistência Social, São Paulo tem uma população de rua de pelo menos 24 mil pessoas. Desses, pelo menos 2.211 são idosos com 60 anos ou mais, população mais vulnerável às infecções de coronavírus. Cerca de 81% desses idosos estão acolhidos em centros de atendimento municipais.

Padre Júlio lembra que, por falta de acesso à água e banheiro, a população de moradores de rua é a mais vulnerável a infecções e epidemias. “Na rua não tem medidas de acesso de higiene como o básico: lavar as mãos, usar álcool gel, ter medidas de higiene como roupas limpas, locais limpos para dormir.”

Além das condições precárias, o medo de coronavírus em São Paulo, segundo os moradores de rua, tem diminuído a oferta de refeições nas ruas, como sopas e lanches nas ruas.

De acordo com o último boletim do Ministério da Saúde, divulgado na sexta-feira (13), o Brasil tem 98 casos confirmados de coronavírus, sendo 56 somente no estado de São Paulo.

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Destaques Psicologias do Brasil, com informações de G1.
Foto destacad: Pastoral do Povo da Rua/Arquivo Pessoal.






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