O mundo hiperconectado se recusa a dar a devida importância à amizade e empurra as pessoas a pensar somente em si mesmas, com objetivo de trabalhar para consumir, competir sem tréguas e desacreditar nas relações afetivas e solidárias.
Por isso, tem muita gente que não confia nos sentimentos de amizade, já que foram vítimas do “amigo da onça”, que é aquele que se mostra amigo apenas nas horas boas ou felizes, contudo, é alguém que, ao mesmo tempo, não se pode acreditar, pois é um falso e oportunista.
Ele é uma figura típica em nossa sociedade de consumo. O termo “amigo da onça” surgiu com o cartunista Péricles Maranhão, para indicar um sujeito cafajeste e debochado, um personagem que se tornou popular, e o conceito espalhou-se pelo País.
Hoje, temos muitos amigos virtuais, que nem conhecemos e com intenções duvidosas, que são do tipo de amizades efêmeras, como a mesma intenção do amigo da onça. Também há risco de ver nesses amigos aquilo que unicamente agrada, não percebendo quem são realmente essas pessoas, visto que confundimos o virtual com o real.
Apesar disso, não podemos afirmar que não existe amizade verdadeira. Segundo o filósofo Aristóteles, os homens maus têm amizades de acordo com o seu prazer e utilidade, e nunca terão uma amizade perfeita. Mas os homens bons estabelecem amizades em todos os aspectos positivos, com exigências invulneráveis às intrigas e mentiras.
Portanto, nesse mundo de incertezas, a amizade é uma virtude necessária à vida humana. Logo, a amizade se caracteriza entre pessoas que têm fortes laços de lealdade, proteção, intimidade, reciprocidade, ajuda mútua, compreensão e confiança.
Isso parece utópico, mas não é uma vez que as relações de amizade são vitais para nossa saúde mental e emocional. Assim, os verdadeiros amigos são confidentes e companheiros, que compartilham uns com os outros suas ideias, sentimentos, dores ou sofrimentos e dividem os momentos bons e ruins.
É importante ressaltar que a amizade acontece com aqueles com pensamentos e desejos semelhantes, porém, não necessariamente. Ela pode ocorrer entre homens e mulheres, cônjuges, namorados, irmãos e parentes, ou seja, com pessoas de diferentes vínculos afetivos e sexuais.
Enfim, mesmo que tenhamos dinheiro e sucesso, ainda assim, essas coisas não são suficientes para nossa realização plena como ser humano, porque nos faltarão amigos que compreendam as virtudes e vicissitudes que vêm dessa relação. Aliás, são nas diferenças que se compõem a verdadeira amizade.
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Jackson César Buonocore
Sociólogo e psicanalista
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