Hoje vivemos num mundo de incertezas, e o nosso País está imerso numa crise política e econômica que preocupa a sociedade brasileira, trazendo mal-estar para todos nós. Esse cenário agitado colabora para aumentar a ansiedade (clima de apreensão exagerada em relação ao futuro) e a angústia (aflição relacionada ao presente).
Angústia e ansiedade não estão desconectadas da vida social, pois são sensações momentâneas que têm diferenças e fazem parte do cotidiano do ser humano, atingindo ricos e pobres, jovens, idosos e crianças. Não temos como prever os acontecimentos que geram medo, mas podemos controlar e entender as nossas emoções.
O medo é inerente à condição humana, pois temos medo do futuro, medo de perder e de fracassar. Mas quando o medo se transforma em angústia, tem sua origem nos traumas físicos e psíquicos, no meio ambiente social e familiar repressor que podem desencadear sensações de opressão permanente.
A angústia torna-se patológica se com ela estiverem outros sintomas, como: falta de concentração, tristeza constante, inquietação, pensamentos negativos ou se estiver sendo um fator causador de sofrimento psíquico e físico, despontando uma sensação de aperto no peito e dificuldade de respiração.
Todos nós estamos sujeitos a experimentar a angústia existencial, visto que foi Freud quem prestou muita atenção nestes sintomas, chegando a propor a categoria nosológica de neurose de angústia, como sinalizador patológico que se direciona para um quadro de depressão.
Já a ansiedade é o medo do futuro, um recurso que usamos para nos prepararmos para acontecimentos vindouros. A psicanálise nos ensina a não temer a ansiedade, porque ela é um estado psíquico de expectativa frente a algo que ocorrerá, seja bom ou ruim, e funciona como sinal de alerta. Porém, torna-se patológica quando traz prejuízos expressivos à vida do indivíduo.
A pessoa ansiosa se preocupa por coisas que ainda não aconteceram. E quando a ansiedade chega, bate aquela vontade incontrolável de atacar a geladeira e comer alimentos calóricos. Neste momento, perde-se todo o esforço e a determinação de cumprir a dieta.
Quais os medicamentos para a angústia e ansiedade? São muitos os fármacos que apagam os sintomas, mas não mudam o sujeito. O remédio para a angústia é o desejo. E para ter desejo, é necessário que o sujeito suporte a falta que em psicanálise chamamos de castração simbólica. Por isso, é essencial o tratamento psicoterapêutico, em que o paciente reflita e traduza seus pensamentos, criando condições para contornar sentimentos que avalia insuportáveis.