O filme de Greta Gerwig interpretado pela atriz Margot Robbie não busca desconstruir a personagem Barbie, mas cria um cenário cômico que debocha da vida de faz de conta da loura linda e rica.
A Barbie de Gerwig vai conhecer o mundo real sem abrir mão do seu estilo estereotipado de boneca. Porém, ela ironiza de modo inteligente a vida cor-de-rosa, usando um feminismo esquizo-afetivo e elegante.
Na verdade, a Barbie faz parte do nosso imaginário social e afetivo, contudo, precisa disputar o hiperconsumo capitalista, se obrigando a enfrentar o machismo e o sexismo contemporâneo.
As lições da Barbie reafirmam que “o lugar da mulher é onde ela quiser”, vestindo seus modelitos com as profissões e as identidades diversas: Barbie médica, advogada, deputada, presidenta, negra, ruiva, grávida, cadeirante etc.
Além disso, a nova Barbie critica o patriarcado, que representa o poder dos homens sobre a sexualidade das mulheres. Portanto, a nossa heroína cor-de-rosa encara a masculidade tóxica sem enrugar seu rostinho bonito.
Entretanto, o Ken possui uma autoestima exagerada e uma virilidade dominante, simbolizando o homem branco e heterossexual, um sujeito infatilóide.
Por isso, os extremistas paranoicos estão em campanha contra o filme, acusando a película de realizar propaganda subliminar para a China e de fazer apologia dos temas LGBTs.
Enfim, a Barbie é um filme distópico de mulheres que vestem rosa e refutam todos os tipos de assédios, em que a protagonista deixa de ser uma boneca narcisista para se tornar uma mulher de verdade.