Os neuróticos são pessoas que têm reações emocionais exageradas, que aparecem em disfunções físicas ou em experiências desagradáveis, por ter a falta de compreensão do seu estado psíquico e comportamental, tornando alguns indivíduos inflexíveis com as adversidades do cotidiano e às vezes de difícil convívio social.
A neurose, não é nem tipo de loucura, mas é parte do jeito de ser de algumas pessoas, que na perspectiva psicanalítica estão com o mecanismo de defesa em alerta, que se expressa no conflito do “ego” com o “id”, expondo atitudes descomedidas ao enfrentar fatos comuns da vida. Ou como diz o ditado popular: “Tem gente que faz uma tempestade num copo d’água”.
Podemos citar alguns sintomas neuróticos dominantes, como por exemplo: cansaço físico, instabilidade emocional, doenças imaginárias e sentimentos de incertezas, que tensionam as relações sociais. Todavia, os neuróticos não expõem mudanças irracionais, não ficam perdidos no tempo e no espaço, não têm delírios, casos que ocorrem com os psicóticos.
Além disso, a neurose permeia o campo político e econômico, bloqueando a mobilidade social dos pobres, dando espaço a cobiça e a corrupção, que é a “pulsão de morte”, de acordo com Freud.
Para Erich Fromm, a busca neurótica por bens materiais, torna alguns egoístas e arredios, que se revelam através do sadismo ou masoquismo. Fromm entende, que os sádicos buscam o poder como forma de ter prazer, produzindo dor física ou psíquica no outro. O masoquista busca ser ferido, acirrado por um sentimento de medo, pois o prazer está na extinção do outro.
Da mesma forma Zygmunt Bauman avalia, que as elites podem ter a identidade que quiserem. Mas não se fixam em lugar nenhum, moram em todos os lugares e podem pertencer a todas as culturas. Bauman fala, que as massas devem se adaptar sozinhas a um mundo sem uma linguagem cultural precisa e segura, em um mundo de insegurança que não lhes reserva um destino garantido, todos estão jogados em uma competição louca e agressiva.
A organização Mundial da Saúde (OMS), relata que essas pressões socioeconômicas são consideradas como riscos à saúde mental de indivíduos e comunidades. As evidências estão associadas aos indicadores de pobreza, abrangendo baixos níveis de escolaridade. Ainda para OMS a saúde mental prejudicada está ligada as rápidas mudanças sociais, condições de trabalho precárias, discriminação de gênero, exclusão social, estilo de vida não saudável, risco de violência, problemas físicos de saúde e violação dos direitos humanos.
Assim os conflitos sociais, políticos e econômicos pela sobrevivência esgotam a nossa economia psíquica, permitindo o crescimento de todos tipos de neuroses, que adoecem sobretudo a saúde mental dos mais vulneráveis socialmente. Mas, se a política for exercida com ética, cidadania e respeito ao bem comum, não vamos nos submeter ao comando neurótico da vilania política e econômica.