Os jovens desta geração vivem em um contexto bastante diferente daqueles em que estavam inseridos os jovens de outras épocas. Internet, redes sociais e mundo digital têm uma presença constante e imediata que veio revolucionar a vida de todos nós – a forma como comunicamos, como socializamos, como trabalhamos e como estudamos. Mas, no caso das gerações mais jovens, influencia também a forma como crescem” contextualiza o pediatra Hugo Faria.
É quase impossível fechar os olhos para os benefícios e vantagens das novas tecnologias são vários, mas trazem também riscos que não conhecemos ainda na totalidade. “Que impacto tem o consumo das tecnologias em excesso no desenvolvimento – quando sabemos que 90% das crianças e adolescentes acedem às novas tecnologias e que 69% utiliza as novas tecnologias por mais de uma hora e meia, por dia; e, em particular, olhando para os dados sobre crianças com idades entre os 0 e os 3 anos, onde sabemos que 67% utiliza novas tecnologia? – incita o pediatra, recordado resultados do Estudo de caracterização dos hábitos de utilização das novas tecnologias por crianças e jovens dos 0 aos 18 anos de idade, em que participou recentemente no Centro da Criança e do Adolescente do Hospital CUF Descobertas, contando com respostas de 412 cuidadores.
É durante os primeiros anos de vida que através de interações presentes e da estimulação sensorial se estruturam áreas muito importantes como a emoção, a cognição, a motricidade e a linguagem.
Para Hugo Faria “interessa discutir e sensibilizar as pessoas para o que acontece quando estas interações são substituídas por tempo passado em frente às tles negras de tablets e smartphones”.
As consequência de deixar uma criança usar livremente tablets e smartphones
De acordo com um estudo canadense, deixar uma criança pequena passar muito tempo usando tablets, celulares e outros eletrônicos com telas pode atrasar o desenvolvimento de habilidades de linguagem e sociabilidade,
A pesquisa, que acompanhou cerca de 2,5 mil crianças de 2 anos de idade, é a mais recente evidência no debate sobre quanto tempo de uso de telas é seguro para crianças.
Mães foram consultadas, entre 2011 e 2016, sobre o tempo de uso de telas e preencheram questionários sobre as habilidades e o desenvolvimento de seus filhos quando tinham 2, 3 e 5 anos.
Isso incluiu assistir a programas de TV, filmes ou vídeos, jogar videogames e usar computador, tablet, celular ou qualquer aparelho com uma tela.
Com a idade de 2 anos, as crianças passavam em média 17 horas em frente a telas por semana. Isso aumentou para cerca de 25 horas aos 3 anos, mas caiu para cerca de 11 horas aos 5 anos, quando as crianças começaram na escola primária.
As descobertas, publicadas no periódico JAMA Pediatrics, sugerem que há um aumento do tempo de uso de telas antes que qualquer atraso no desenvolvimento seja notado, em vez de um cenário em que crianças com problemas de desenvolvimento passam a usar telas por mais tempo.
Mas não está claro se o aumento do uso de telas é diretamente responsável. O maior tempo da tela pode ser um aspecto simultâneo a outros ligados ao atraso no desenvolvimento, como a forma como a criança é educada e o que a criança faz no restante do seu tempo de lazer.
O que indicam os cientistas?
Quando as crianças pequenas estão olhando para telas, elas podem estar perdendo oportunidades de praticar e dominar outras habilidades importantes.
Em teoria, isso poderia atrapalhar interações sociais e limitar o tempo em que as crianças passam correndo e praticando outras habilidades físicas.
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Destaques Psicologias do Brasil, com informações de Notícias oa Minuto e BBC.
Foto destacada: © iStock.
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