O nascimento de uma criança acaba trazendo várias mudanças na rotina e na organização familiar, principalmente para os pais e ou cuidadores que passam por uma preparação para lidar com essas transformações. Quando esta criança começa a apresentar um desenvolvimento atípico e dificuldades na interação social, a família passa por um momento angustiante e cheio de dúvidas que pode piorar quando é realizado o diagnóstico de transtorno do espectro autista (TEA) na criança.
Sentimentos como o medo tomam conta dessa família que irá enfrentar obstáculos no seu cotidiano dos quais não estavam preparados, pois receber uma criança autista acarreta numa nova realidade. A família passa por novas adaptações para atender as necessidades da criança, com isso é natural que as relações familiares sejam afetadas, principalmente na saúde emocional desta família.
Com o impacto ao receber o diagnóstico de TEA, é comum os familiares passarem por um momento de negação. Há um luto devido à perda de uma criança que foi idealizada pela família, para que posteriormente consigam identificar as capacidades e potencialidades que a criança autista possui. Porém, essa negação não pode se prolongar, pois a intervenção precoce é extremamente importante.
Emoções como o medo e o constrangimento em cuidadores de crianças autistas ocorrem devido à grande falta de informação, experiência e compreensão sobre o TEA. Compreender as causas do autismo e as consequências advindas são essenciais para os familiares entenderem as futuras mudanças. Há grandes expectativas, tanto positivas como negativas, quanto ao futuro e o desenvolvimento da criança, e isso pode ser influenciado pelo entendimento e compreensão das informações e recursos oferecidos.
O apoio aos familiares é essencial.
A reação dos pais frente ao diagnóstico é procurar ajuda e assistência para aquele filho, mas acabam esquecendo da importância da família se reestruturar para conseguir proporcionar um ambiente enriquecedor, sem estressores, com amor, afeto e compreensão da família, além de estimular as qualidades e habilidades que aquela criança pode apresentar.
A forma como cada criança autista evolui é única e depende de diferentes fatores, como o grau de comprometimento psíquico e principalmente o engajamento da família no processo terapêutico, contribuindo na evolução e na retomada do desenvolvimento. Por isso, é essencial que a família consiga se reestruturar para conseguir harmonizar a rotina familiar às novas mudanças, cuidando não só do membro com TEA, mas também adquirindo estrutura psicológica para todos os familiares que estão envolvidos diretamente.
A Psicologia é fonte de acolhimento aos pais e cuidadores.
As gravidades dos sintomas do autismo podem ocasionar estresse nos familiares envolvidos. Como estratégia de enfrentamento temos o acesso a assistência de bons profissionais e programas educativos que levam informações proporcionando apoio psicológico para os familiares.
O papel da psicologia com a saúde mental em qualquer instância não se limita apenas na atuação do psicólogo com os autistas, mas também em proporcionar acolhimento à família que necessita de orientação neste momento, através de grupos de pais/cuidadores ou até mesmo na terapia individual, auxiliando na informação sobre o autismo para que consigam cuidar da pessoa com TEA e também para que consigam futuramente serem acolhedores de outros familiares.
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