O Big Brother Brasil coleciona polêmicas envolvendo os seus participantes. Falas que revelam preconceitos e atitudes abjetas que geram discussões dentro e fora do programa. Mas isso não é exclusividade brasileira, já que as mesmas coisas absurdas acontecem nesse reality show pelo mundo, evidenciando a banalização da violência contra as mulheres, a glamourização da ganância e a espetacularização da baixaria.
Esse reality instrumentaliza o princípio do prazer, que é a busca instintiva de satisfazer as necessidades biológicas e psicológicas dos participantes, como força motriz que agita as disputas no interior da casa. Eles usam gírias e expressões populares, tais como: “galera”, “tretas”, “confessionário”, “paredão”, etc., que contêm elementos profanos e sagrados para seduzir o público.
Aliás, as personalidades que são escolhidas a participar desse reality de televisão, que é um gênero de programação que supostamente improvisa situações da vida, precisam agir impulsivamente, não respeitar nenhuma regra moral e obedecer apenas ao roteiro de – infantilização adulta – ditadas pela produção do programa.
É por isso, que os participantes, como raras exceções, são selecionados por possuírem corpos erotizados, sarados e tatuados, hábitos consumistas, baixa inteligência emocional, desenvolvido psicossexual mal resolvido e o delírio pelos holofotes da mídia. E tudo isso é exibido todos os dias no horário nobre da TV.
Para estimular os desejos dos participantes, a casa que eles ficam confinados simula ambientes de uma boate, que se pode dançar e se divertir a vontade, de um bar onde tem à disposição bebidas e aperitivos e um bordel no sentido de se manter em baixo dos edredons relacionamentos íntimos.
Entretanto, o Id dos “brothers” e das “sisters” entram em choque com o princípio da realidade, que é um mecanismo psíquico que direciona a adaptação das pessoas à vida real e à ordem moral. O programa faz sucesso, exatamente, por expor de maneira sensacionalista os conflitos entre as instâncias psíquicas.
Assim, os participantes com todo o seu ímpeto neurótico e narcisista adentram no jogo para triunfar, porque eles têm a consciência de quando passar o período de “deslumbramento” de estar confinado na casa mais famosa e vigiada do país, logo cairão no esquecimento da mídia e do público.
Contudo, o vencedor do programa será a pessoa que demonstrou amadurecimento, ou seja, que racionalizou os impulsos e não sucumbiu ao machismo e o racismo explícito no jogo. Ou o vencedor ou a vencedora pode ser alguém que conseguiu esconder a sua personalidade patológica, pois soube manipular com maestria os outros.
Enfim, é óbvio que o clima relacional e motivacional desse reality é empobrecido, porque escancara a trapaça, a mentira, a ocultação de más intenções, a agressão, a raiva, a arrogância, a inveja, a maldade e o ressentimento. Em visto disso, o objetivo da direção do programa é surfar na onda de audiência que traz à tona os conflitos entre gêneros, mesmo assim, as redes sociais não perdoam esse tipo de comportamento.
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Foto destacada: Divulgação/Rede Globo.
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