O estado da Califórnia, nos Estados Unidos, acaba de proibir que as aulas escolares comecem antes das 8h para o ensino fundamental e antes das 8h30 para o ensino médio. A medida foi tomada a partir de um relatório publicado no ano passado pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, da sigla em inglês) que relaciona a qualidade do sono com o desempenho escolar.
Assinada pelo governador da Califórnia, Gavin Newsom, a lei estipula que as escolas terão três anos para se adaptar, ou seja, todas as instituições deverão ter os novos horários de início estabelecidos até 2022.
Segundo o CDC, mais de 60% dos alunos do ensino médio e 70% das escolas secundárias não dormem o suficiente todas as noites. Isso não só afetaria o desempenho deles na escola, mas ocasiona problemas de saúde física e mental, como depressão e abuso de substâncias tóxicas.
De acordo com os defensores da nova medida, estudos recentes sugerem que os horários de início mais tarde resultam em melhor atendimento, menos atraso, menos alunos adormecendo em sala de aula e melhores notas.
Antes da aprovação do projeto, quase 80% das escolas públicas de ensino fundamental e médio do estado davam início às aulas antes das 8h30, sendo que o horário médio de início era 8h07. Em 2011, de acordo com o Centro Nacional de Estatísticas da Educação norte-americano, o horário médio de início das escolas públicas de ensino médio era 7h59.
Os opositores da lei, entretanto, alegam que a mudança pode acarretar dores de cabeça para pais que levam os filhos para a escola e têm horários rígidos de trabalho. A Academia Americana de Pediatria publicou uma declaração em que afirma que faltam provas consistentes de que atrasar o horário de início das aulas pode melhorar o desempenho acadêmico dos estudantes.
Um estudo do Instituto do Cérebro da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) feito em 2018 mostrou que cochilos pós-aula de 30 minutos podem aumentar em 10% a retenção do conteúdo.
Em 2017, pesquisadores da Academia Americana de Medicina do Sono realizaram um estudo com 50 mil estudantes e descobriram que adolescentes que dormem sete horas ou menos durante a semana têm mais risco de se meter em encrencas e acidentes.
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Destaques Psicologias do Brasil, com informações de Metropoles.
Foto destacada: Unplash/Divulgação.