Para criar e educar um filho é necessário dedicação, atenção e muita paciência, mas quando essas tarefas são realizadas por apenas um dos pais a responsabilidade fica ainda maior. No entanto, pesquisadores descobriram que a divisão dos cuidados com as crianças pode resultar ao casal um relacionamento mais feliz e vida sexual mais ativa.
O estudo conduzido por Daniel Carlson, professor de Sociologia da Universidade do Estado da Geórgia, nos Estados Unidos, analisou 487 casais heterossexuais com filhos, com o objetivo de entender a relação entre os cuidados com as crianças e os níveis de satisfação pessoal e sexual dos casais.
Os participantes foram divididos em três grupos: no primeiro, as mulheres eram responsáveis pela maior parte dos cuidados com os filhos; no segundo, os homens acabavam ficando com a maioria das responsabilidades e no último grupo todas as tarefas eram divididas entre os dois. Na análise, os pesquisadores consideraram o tipo de cuidado para as crianças em atenção física e emocional, interação e supervisão.
Os resultados mostraram que, nas relações onde as tarefas e cuidados com as crianças são divididas ou ainda em que o homem assume a maior parte das responsabilidades, os casais são mais felizes e a vida sexual é mais ativa. Já nos casos onde a mulher é responsável por mais de 60% das responsabilidades, o casal fica mais insatisfeito.
“Uma das descobertas mais interessantes da pesquisa é que o único arranjo que aparece de forma problemática é aquele em que a mulher é a principal responsável pela educação das crianças. Nesse caso, os dois parceiros são mais infelizes”, revelou Daniel, que apresentou o trabalho, no 110º Encontro Anual da Associação Sociológica Americana (ASA), em 2015.
De acordo com o estudo, tanto casais que dividem as tarefas, quanto aqueles em que os pais que assumem mais responsabilidades do que as mães afirmaram ser felizes no casamento e fazer sexo com frequência.
“Embora os homens que cuidam mais dos filhos estejam mais satisfeitos e façam mais sexo, eles fizeram avaliações mais baixas de suas relações sexuais, se comparados com os outros homens. Já as parceiras deles foram as que relataram maior qualidade sexual entre todas as mulheres estudadas. Isso foi algo curioso”, destacou o sociólogo.
Entretanto, o estudo não incluiu casais do mesmo sexo na análise, que que podem ter diferentes comportamentos e percepções do cuidado com os filhos. Desta forma, a equipe continuará realizando novas pesquisas, para aprofundar e entender essa descoberta.
Imagem de capa: Shutterstock/KonstantinChristian
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