A professora Aylla Kelly Amorim Queiroz Monteiro, de 34 anos, e seu marido, o assistente administrativo Ronald dos Santos, 33 anos, receberam o maior presente de todos, uma filha linda que viria para completar um lar cheio de amor. A pequena Emanuelle não nasceu do ventre de Aylla, foi adotada pelo casal ainda bebê, depois de ter passado mais de 90 dias na UTI.
Emanuelle tinha sido abandonada pela mãe biológica na Santa Casa local, e foi colocada na fila de adoção. Os médicos ainda não sabiam se a menina teria sequelas, mas Aylla e Ronald a ceitaram de braços abertos, mesmo sabendo de todos os desafios que enfrentariam.
“Não sou especial nem fiz um gesto de caridade, como percebo nas entrelinhas de alguns comentários que me fazem. Adotar uma criança é um ato de amor e foi o modo como eu consegui formar minha família”, disse Aylla ao Universa.
A mamãe ainda contou que a adoção era uma sonho antingo do casal. “Eu e o Ronald, meu marido, começamos a namorar em 2006. Eu sempre falei com ele sobre minha vontade de ter filhos biológicos e adotivos. Adotar é algo que sempre esteve dentro de mim, minha mãe conta que desde pequena eu dizia que iria fazer isso.
Nos casamos em 2012 e queríamos formar uma família logo, então suspendi o uso da pílula. Ao mesmo tempo, entrei na fila de adoção, que pode demorar até sete anos no caso de crianças até um ano. Nossa escolha só tinha esta restrição, da idade, pois queria a experiência de ter um bebê, poderia ser de qualquer gênero e cor.”, contou a mãe.
E foi no ano de 2017, quando Aylla passava por um período de desânimo após operar um tumor ósseo na tíbia, que uma ligação mudou tudo. “Estávamos eu e Ronald em casa quando o telefone tocou e era a técnica da Vara da Infância e Juventude. Avisou que havia uma criança disponível para adoção e pediram para a gente ir até lá conhecer a história dela. Eu sempre tinha em mente que quando aquele telefone tocasse seria algo reservado para a gente. […]Fomos informados que ela teve complicações, mas que não dava para saber as sequelas. Nos prontuários, estava registrado tudo pelo qual ela havia passado.”
As particularidades no caso da menina não assustaram o casal. “Não descartamos adotar ao saber de tudo isso, de jeito nenhum. A técnica nos mostrou uma foto dela e meu marido disse ‘é nossa filha’, mas eu queria ver ao vivo, pegar e sentir. Sentir a Sofia, nome que ganhou no hospital. Ela estava temporariamente na casa dessa profissional da vara, que nos levou na mesma hora para conhecer a pequena. Éramos o último casal que ela iria tentar antes de conseguir um abrigo.
“Eu me lembro como se fosse hoje: entramos no apartamento e ela estava em uma rede, quietinha, toda de rosa e dormindo. Comecei a chorar muito. Sim, era nossa filha que estava lá. No mesmo dia eu já poderia assinar os papéis da adoção. Também poderíamos levar a bebê para casa. Então, saímos correndo para comprar coisas básicas para recebê-la.
Levei para casa a Emanuele, novo nome, que significa “Deus convosco”. O pessoal do hospital me doou muita coisa que era dela, e ganhei de amigos e conhecidos um monte e itens de enxoval.
Algum tempos depois, Emanuele foi diagnosticada com paralisia cerebral. Ela precisa fazer uma série de intervenções, como terapia ocupacional, fonoaudiologia e hidroterapia.
“A palavra futuro mexe muito comigo, pois foram muitos prognósticos difíceis. Mas o cérebro é uma caixinha de surpresa. Ela pode, sim, ter autonomia, independentemente da condição física. O que desejo para ela que seja feliz e que se sinta amada.”, diz Aylla.
Desejo para minha Manu tudo o que possa haver de melhor neste caminho da reabilitação para que ela seja uma mulher forte e realizada.”
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Destaques Psicologias do Brasil, com informações de Universa e Crianças Especiais.
Fotos: Arquivo pessoal.
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