A história de vida das irmãzinhas gêmeas Alice e Aline, de apenas 2 anos, é de fazer inveja aos mais inventivos roteiros de telenovela. Felizmente, as pequenas não precisaram esperar tanto pelo final feliz.
Elas foram separadas no nascimento e só puderam re reencontar dois anos depois, após o casal Ana Cristina Almeida, 31, e Júlio Ramos, 34, as colocarem no mesmo caminho outra vez.
Tudo começou em 2017, em Feira de Santana (BA), quando Ana Cristina trabalhava como assistente social no Hospital Estadual da Criança. Ela soube que uma bebê tinha sido abandonada pela mãe biológica no hospital. A criança passava um tratamento para laringotraqueomalacia — anomalia na laringe, que pode causar problemas respiratórios. Como tinha essa condição, a bebê, que foi registrada como Alice, não poderia ser levada para o abrigo. Assim, ela ficou por um ano na UTI (Unidade de Terapia Intensiva).
Em entrevista à Revista Crescer, Ana Cristina conta que Alice se recuperou depois de seis meses, porém como não tinha ninguém para ficar com ela no quarto, a equipe médica a deixou na UTI. Foi então que, em 2018, Ana Cristina decidiu dar início ao processo de adotá-la. Foram três meses para que ela e o marido conseguissem a guarda provisória de Alice. O casal estava junto há nove anos e não planejava ter filhos na época, mas se apaixonaram pela menina.
De acordo com a mãe, a adaptação de inpicio foi um pouco difícil, pois Alice passou muito tempo na UTI, então tinha uma imunidade muito baixa. Nos primeiros 15 dias de adoção, ela teve uma pneumonia e teve que retornar para o hospital, ficando internada por 40 dias. No entanto, com tempo, ela logo se adaptou.
Já em processo de adotar Alice, o casal sabia que a Alice tinha uma irmã gêmea, porém eles não sabias onde ela estava, afinal sua família era nômade. No entanto, o juiz já tinha sinalizado que caso a menina fosse encontrada, Ana e Júlio seriam os primeiros a serem contatados.
Foi no ano de 2019, quando a assistência social tinha acabado de descobrir que estava grávida do pequeno Pedro, hoje com três meses, qua ela recebeu a ligação do conselho tutelar dizendo que a Aline, irmã de Alice, tinha sido encontrada e estava em um abrigo em Teixeira de Freitas, na Bahia. “Eles me perguntaram se eu tinha interesse na guarda e não pensei duas vezes.”
Ana Cristina conta que a família passava por dificuldades financeiras na época, porque Júlio tinha sido demitido, mas o casal não desistiu da menina. “Dizer não para ela era dizer não para a Alice”.
O casal entrou com o processo de guarda e conseguiram levar Aline para casa em julho deste ano.
Antes do encontro pessoal entre Aline e Alice, as irmãs se cinheceram através de uma chamada de vídeo muito emocionante. No entanto, o reencontro pessoalmente foi que mais arrancou lágrimas da família. “Quando chegamos, a Aline estava um pouco amedrontada. Mas, a Alice chegou sorrindo e logo foi fazer carinho no rosto da irmã. Em menos de meia hora, elas já estavam rindo e brincando.”, conta a mãe.
E foi assim que família voltou para sua cidade em Feira de Santana e as irmãs passaram a viver juntas, como nunca deveria ter deixado de ser. A mãe conta que, de início, Aline estava um pouco com medo, já que só tinha tido contato com as pessoas do abrigo, mas agora está bem e já até chama Ana de mãe. Ela relata ainda que, às vezes, as meninas brigam, porém logo estão brincando novamente. “A Alice sente um pouco de ciúmes. ela sente mais, já que antes era só ela e agora têm mais duas crianças”.
Quanto à saúde de Alice, a mãe conta que a filha está bem melhor e apesar de não ter tirado a cânula, ela não precisa fazer tantos exames como antes. Para ajudá-la, a assistente social conta como uma grande rede apoio de amigos e familiares. “Nós recebemos muitas doações e suporte de todos, por isso sou muito grata”.
Confira o vídeo do emocionante reencontro das irmãs:
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Destaques Psicologias do Brasil, com informações de Revista Crescer.
Fotos: Arquivo Pessoal.
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