Há algum tempo, venho atendendo casais em conflitos “pré-nupciais”. Nesses anos de experiência como psicólogo clínico, já atendi muitos casais prestes a findarem seus relacionamentos poucos dias, antes da cerimônia matrimonial. Esses conflitos tiveram como figura de fundo, ou como fonte: as escolhas/compras e pagamento da cerimônia e festa (que possui como objetivo unir o casal).
A cerimônia de casamento, para muitos, independente das crenças, é o momento de transcender e agradecer pela união do casal. Ela é muito importante, pois coloca as pessoas em contato com o sagrado de cada um e fortalece as crenças no amor eterno.
Logo após a cerimônia do ritual de casamento, o que vem? O que os convidados mais esperam?
A festa!
A festa é o momento tão sonhado dos convidados e também dos noivos. É nesse lugar que os pebleus viram burguesia e a burguesia vira nobreza, uma vez que trabalham muito para que a festa tenha perfeição nos mínimos detalhes: ornamentação, boa música, belo e delicioso bolo dos noivos, comida de primeira qualidade e diversas outras preocupações… Muitas vezes, o valor gasto na festa, daria para comprar e/ou mobiliar a futura casa, sem contar o pior… Muitas vezes, o casal, sai da “esplêndida festa no Grande castelo”, para ir para a quitinete alugada, onde a realidade terá que se fazer presente, onde viverão sua vida de “amor verdadeiro e real”.
Para muitos, é só nesse instante que as fichas começam a cair e há a tomada de consciência dos gastos/dívidas que abarcaram em função de desejar o que de fato não estava dentro de suas condições financeiras.
Passa o primeiro mês, começam a pagar a primeira parcela do cartão de crédito, que foi dividido em dez vezes (nesse momento, estão todos entusiasmados, pois ainda estão vivendo o sonho e a fantasia dos elogios da cerimônia e festa). O tempo passa muito rápido e “em um piscar de olhos”, vence a segunda e a terceira parcela do cartão de crédito. No quarto mês, o inesperado acontece, um dos cônjuges perde o emprego. Putz! Essa situação não foi calculada e agora, o que farão para arcar com as dívidas?
No quinto mês, o cônjuge que estava trabalhando ainda consegue arcar com as dívidas, todavia, o seu salário não dará para pagar a conta de energia e outras continhas mínimas da casa… Postergar as contas fixas acaba virando uma “bola de neve”, pois cada vez que é deixado de pagar uma conta fixa, ela só vai somando, sem contar os juros…
Nesse momento, a preocupação começa a tomar conta do casal e com isso, pode evoluir para a perda de desejos, devido à preocupação.
Como assim você não quer ter relação sexual comigo? Não me ama mais? Engordei? Está com outra pessoa na rua?
E assim, os conflitos começam a aparecer… As famílias começam a interferir e agora? Acabar com o casamento ou “empurrar com a barriga”?
A terapia de casal é grande aliada no processo de estruturação e escolhas do casal, pois de maneira ética e científica, possibilitará ao casal conhecer as arestas e a aprender a lidar com elas, caso não possam ser removidas.
Não estou dizendo que ninguém pode sonhar em ter um “baile no grande castelo/palácio/cerimonial”, estou afirmando que toda escolha tem uma conseqüência. Você está preparado para responsabilizá-lo por suas escolhas? Se o plano “A” falhar, possui o plano “B e C”?
O casamento vale a pena, viver a dois é muito gratificante e rico para o desenvolvimento emocional de cada um, entretanto, é preciso ter muita maturidade e estratégias positivas para minar os conflitos.
A Psicoterapia de casal ajudará no processo de autoconhecimento e maturação do casal, buscando sempre, estratégias de superação e respeito um pelo outro.
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