Ken-Ichiro Kamei, engenheiro da Universidade de Kyoto, está à frente de um novo campo da biotecnologia que tem a intenção de replicar órgãos, sistemas e corpos em formato de chips – que se parecem com lâminas de laboratório, com minúsculos canais cobertos por uma camada de silicone.
Enquanto experimentos bioquímicos realizados em placas tradicionais são estáticos e isolados, os chips usados por Kamei têm um sistema de canais, válvulas e bombas que permitem interações mais complexas – a ponto de poderem imitar a fisiologia de um sistema vivo.
Reconhecendo o potencial que tais chips têm de revolucionar a pesquisa médica, o Fórum Econômico Mundial apontou os “órgãos em chips” como uma das dez tecnologias emergentes mais importantes de 2016. Mas se chips especializados imitam determinados tecidos ou órgãos, Kamei e seus colegas pretendem imitar animais inteiros. “É bastante ambicioso”, admite.
Foi o bem-estar animal que originalmente levou Kamei a olhar para além da medicina humana. Enquanto estudava ratos de laboratório na Universidade da Califórnia, em Los Angeles, ele simpatizou com os roedores. “Eu me perguntava por que precisávamos usar camundongos para estudar os humanos?”, lembra. “Ficava intrigado pensando como poderia ajudar esses animais”.
Ele não está sozinho. Testes em animais estão saindo de moda em indústrias e universidades em todo o mundo. Em 2009, a União Europeia proibiu a prática em sua indústria de cosméticos e, em 2013, os legisladores ampliaram a norma para incluir todos os cosméticos vendidos na UE, independentemente de onde fossem produzidos.
Chips com tecidos humanos podem reduzir a necessidade de testes em animais – um ganho duplo, já que ratos, coelhos e macacos nem sempre reagem a um medicamento ou produto da mesma maneira que as pessoas. Por causa disso, os chips que imitam o corpo humano, diz Kamei, são considerados “um dos principais candidatos como alternativas a testes em animais”.
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Destaques Psicologias do Brasil, com informações de G1.
Foto destacada: Rachel Nuwer/BBC
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