Ciúme obsesssivo

O ciúme é uma emoção humana universal, fazendo parte da constituição do sujeito. Todo mundo já sentiu ciúme em algum momento da vida.

Podemos descrever o ciúme romântico como um complexo de emoções e pensamentos que resultam (ou não) em uma atitude que visa proteger o relacionamento e eliminar riscos da perda do amor.

Já o ciúme patológico é feito de pensamentos irracionais e perturbadores e ameaça a estabilidade e a qualidade de um relacionamento íntimo valorizado. Quando o ciúme torna-se obsessivo existem desconfianças frequentes e infundadas, possessividade e agressividade.

A fantasia de possuir um rival (real ou imaginário) pode acarretar na necessidade de controlar os pensamentos e comportamentos do parceiro (a), no delírio de infidelidade, em comportamentos compulsivos de verificação e checagem (seja de roupas, celular e outros pertences da pessoa ou até mesmo vigiando-a e seguindo-a). Sendo assim, nenhuma confissão, explicação ou prova de inocência do parceiro (a) é suficiente.

A obsessão de preservar o relacionamento pode estar associada à insegurança, imaturidade, sentimentos de inferioridade e a falta de apego afetivo seguro com os pais da infância.

O sujeito acometido pelo ciúme patológico pode apresentar estrutura emocional sensível, vulnerável, com baixa autoestima e dificuldade em ser assertivo. Geralmente trata-se de alguém que requer demonstrações de amor constantes, com alto nível de dependência. E, em determinados casos o ciúme patológico pode contemplar o desejo de ser infiel projetado no outro.

Por fim, o ciúme obsessivo pode conduzir o relacionamento ao divórcio ou separação, ou trazer prejuízos ao casal em todos os aspectos (afetivo, sexual, familiar) e mais ainda ao funcionamento pessoal e profissional do sujeito que sofre deste mal, podendo leva-lo a atitudes de raiva excessiva, ameaças e agressões.

O primeiro passo para melhorar esta situação é adquirir uma consciência crítica da irracionalidade das preocupações e buscar ajuda para compreender seus sentimentos e emoções. Afinal, um relacionamento deveria nos fazer crescer e evoluir e não adoecer!

Imagem de capa: Antonio Guillem/ shutterstock






Psicóloga clínica de abordagem psicanalítica na cidade de Limeira-SP; possui Mestrado Interdisciplinar em Ciências Humanas e Sociais Aplicadas pela FCA- UNICAMP; ministra palestras com temáticas voltadas ao desenvolvimento humano. Também possui formação em Administração de Empresas e experiência na área de RH (Recrutamento & Seleção e Treinamento e Desenvolvimento).