COMPORTAMENTO

A difícil intimidade do olho no olho (VÍDEO)

Por Amanda Mont’Alvão Veloso

É triste pensar, mas boa parte do nosso olhar, no dia a dia, está dirigida a um computador ou a alguma plataforma virtual. E mesmo quando estamos diante do show do artista favorito, ou no caminho para o trabalho, na mesa do almoço ou no bar com os amigos, os olhos se fixam nas telas de celulares.

A intimidade parece estar muito mais associada ao compartilhamento de informações privadas nas redes sociais ou à facilidade com que se manuseia um aplicativo “olha, ela tem 6 anos e já tem muita intimidade com o software xpto!”

Resgatar a intimidade parece ser o objetivo implícito do emocionante comercial da seguradora Prudential, de Cingapura, que desafia pessoas que se amam a se olharem por 4 minutos.

A experiência é bonita e reveladora, porque mostra as dificuldades dessa missão supostamente fácil e rotineira. Um marido chega a falar para sua mulher: “quatro minutos é muito tempo”.

O olho no olho entre casais, pais e filhos e irmãs chega sem jeito, sem-graça, envergonhado, com dificuldade de suportar o peso (ou a leveza?) de um olhar aprofundado. É um olhar longo, atencioso, dedicado, que conecta aquelas pessoas pelo invisível e imprescindível fio da intimidade.

Os olhares são sucedidos por lágrimas, abraços, palavras cheias de ternura e reconciliação. A campanha pergunta aos participantes: como foi a experiência?

“Emocionante.”

“É muito raro termos a chance de ficar assim, lado a lado. Então é muito emocionante fazermos isso, porque você sabe, é algo que a gente quer guardar na memória.”

“Eu sinto que ela me ama de verdade. Porque em casa ela fica me repreendendo o tempo todo (risos).”

“Sou muito feliz por estar envelhecendo ao lado do meu marido.”

“Passamos muitos anos sem olhar nos olhos uma da outra.”

“Eu decidi dar um abraço nela, que era algo que eu não fazia há muito, muito, muito tempo.”

“Enquanto ele está dormindo, eu rezo por ele. É uma das coisas que faço como mãe.”

“Neste momento eu pude perceber que meu pai envelheceu muito. Então eu sinto que a gente deve passar mais tempo junto de quem a gente ama, antes que essas pessoas morram (voz embargada).”

“Percebi que ela se importa muito comigo.”

O vídeo tem pouco mais de 5 minutos. Ao divulgá-lo no YouTube, a seguradora relaciona a falta de conexão nos casamentos, relacionamentos familiares, amizades e convívios no trabalho com o acúmulo de estresses vindos da incerteza financeira, da tecnologia e da falta de equilíbrio entre vida pessoal e profissional.

Assista ao vídeo completo aqui. E aproveite para praticar o desafio que ele propõe. É como abrir uma nova (porém, conhecida) janela para o mundo.

TEXTO ORIGINAL DE BRASILPOST

Psicologias do Brasil

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