Um estudioso famoso, Paul Tough, em seu livro “Helping Children Succeed”, ele aborda a importância de um ambiente estável para a formação das crianças. As pesquisas já mostram que ambientes hostis causam danos biológicos nos cérebros das crianças que estão em desenvolvimento. Principalmente para crianças de zero a 6 anos de idade.
E essas mudanças podem enfraquecer o desenvolvimento de várias habilidades que ajudam as crianças a regular suas emoções e seus pensamentos. E, mais tarde, sua habilidade de regular suas emoções também pode ser afetada de forma que prejudique a criança a ir bem na escolas, construir relacionamentos e ter sucesso na vida.
Portanto, começar a mudar hábitos emocionais no seu filho passa por, muitas vezes, mudar os hábitos dos pais. Ou seja, fazer da casa um ambiente em que as crianças se sintam seguras, sem stress, brigas e um ambiente acolhedor, é fundamental. Preste atenção em como você deixa o espaço da sua casa.
Além disso, busque acolher as emoções da criança. Acolher as emoções deles é estar aberto a elas. É aceitar as emoções das crianças, assim como aceitar também as nossas. Quando você acolhe as emoções, a criança se sente em um espaço seguro para se abrir e isso fortalece a relação do pai e da mãe com a criança. Falar para a criança que ela não precisa ter medo de se expor seus sentimentos e também expressar os seus, é saudável. E parte disso, é transformar a sua casa em um lar.
Ajudar às crianças a dar nome às suas emoções é outro passo fundamental para mudar os hábitos emocionais do seu filho. Ajudar a nomear às emoções, dizendo, literalmente: “Você deve estar se sentindo frustrado” , por exemplo, ajuda o desenvolvimento do autoconhecimento e a criança começa a estabelecer relação entre o que sente e a forma que ela reage.
E, claro, converse com as crianças sobre a reação que ela teve ao sentir alguma emoção específica. Por exemplo: “Você precisava ter gritado e quebrado aquele brinquedo?” ou “Como você poderia ter demonstrado sua raiva de outra forma?” ou ainda “Como poderíamos ter resolvido a situação de outra forma?”.
A ideia da conversa é dar ferramentas para que seu filho, da próxima vez, saiba identificar o sentimento que faz com que ele tenha hábitos emocionais muito extremos e possa tomar a decisão de não reagir mais daquela forma. É uma questão de autocontrole e regulação, competência essa que se desenvolve treinando ao longo da vida.
Imagem de capa: Shutterstock/Wisut
TEXTO ORIGINAL DE TONIA CASARIN
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