As frustrações fazem parte da existência humana, pois todos passamos por frustrações ou frustramos alguém em algum momento da nossa vida. Precisamos reconhecer, humildemente, que essa é uma experiência, que pode nos ajudar a lidar com a dor da decepção, para adquirirmos consciência – de que somos seres imperfeitos.
As piores frustrações, geralmente, acontecem quando criamos falsas expectativas em relação aos nossos familiares, amigos, colegas de trabalho e, sobretudo, nos relacionamentos amorosos, onde as frustrações são comuns e mais doloridas, deixando marcas visíveis.
As frustrações, portanto, são emoções que não ocorreram como desejávamos, ou seja, as nossas expectativas foram ignoradas ou fracassadas. Isso gera um desequilíbrio emocional, que produz desânimo e outras sensações ruins, que coloca à prova a nossa capacidade de enfrentar à realidade das situações decepcionantes.
O primeiro passo é nos tratarmos com generosidade, não permitindo que os ressentimentos tomem conta da nossa vida. E também não adianta brigar com as pessoas ou as circunstâncias, que geraram as frustrações, amargando cada vez mais as coisas.
O psicoterapeuta Flávio Gikovate nos dá uma dica importante: “Tolerar bem frustrações não significa não sofrer com elas e muito menos não tratar de evitá-las. A boa tolerância às dores da vida implica certa docilidade, capacidade de absorver os golpes e mais ou menos rapidamente se livrar da tristeza ou ressentimento que possa ter sido causado por aquilo que nos contrariou.”
Como muitos outros sentimentos, as frustrações podem ser conduzidas de um modo positivo, para que possamos de maneira moderada enfrentar as dificuldades, algumas delas frustrantes. E ter a consciência – de que somos capacitados – em ver nos problemas uma oportunidade de apresentar, mesmo que “a duras penas”, soluções aos inconvenientes do dia a dia.
A tolerância as frustrações é uma virtude que devemos desenvolver com paciência, porque jamais existe mal, que seja infinito e que nunca possa ser enfrentado. Ainda que determinados acontecimentos causem aborrecimentos, mas resolvê-los nos dá muita satisfação.
Porém, não podemos ser ingênuos em acreditar que vivemos em um mundo de Pollyanna, no qual todos humanos são bons, e que a terra é um lugar sem frustrações ou tristezas. Adotar essa atitude em face aos problemas concretos pode ser uma fuga da realidade, aliás, é um ponto de vista imaturo ou distorcido, que se chama – Síndrome de Pollyanna.
É relevante lembrar que Pollyanna é uma comédia de Eleanor H. Porte, que se baseia na história da menina que via tudo “cor-de-rosa”, confiando no melhor da vida e das pessoas. Em sua forma positiva ela sensibiliza pelo amor, bondade e pureza de sentimentos capaz de transformar seu mundo. Em seu sentido negativo, se traduz na fuga da realidade, com tendência a ver o mundo, situações e emoções de forma infantil e insensata.
Imagem de capa: Shutterstock/file404
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