Como lidar com a culpa

Entendemos como culpa uma espécie de mal-estar que atinge todos nós em alguns momentos de nossas vidas, sendo uma das principais fontes de angústia e mal-estar para o ser humano. Esse sentimento se dá após a reavaliação de um comportamento reprovado por si mesmo. Porém a culpa ela é um sentimento adaptativo e que permite a sobrevivência da espécie desde que nos faça refletir sobre nossos erros a fim de repará-los e assim permitir um desenvolvimento pessoal, mas quando não conseguimos lidar com esse sentimento pode causar uma desestrutura psicológica e prejuízos na vida, impedindo-nos de viver tranquilamente, como viver se autodepreciando e automultilando. Algumas pessoas convivem com alguma culpa por suas vidas inteiras, mesmo o erro já ter sido reparado, convivendo com um remorso, por pensamentos intrusos sobre a situação vivida, sugando toda nossa energia.

A culpa pode se dar por algo que causado e que teve consequências que não gostaríamos, por fazer o mal, agir impulsivamente, por uma simples palavra mal dita, ou até mesmo por ter deixado de fazer algo que tanto gostaríamos.  Esta também pode ser sentida por influência de outras pessoas, por pressões dos outros, pela falta de orientação do “eu” no mundo, pela falta de opinião própria e baixa autoestima, sendo que estes fatores podem nos levar a sentir um sentimento que não deveria existir. Pessoas depressivas tendem a se sentir muito mais culpadas em boa parte de suas vidas, acreditando que tudo que acontece de errado é culpa delas e tendem a ter uma visão exacerbada das situações.

O sentimento de culpa muito está ligado ao superego, segundo Sigmund Freud, que é o mediador da racionalidade, do certo e do errado, que ajuda o indivíduo a agir de forma a se enquadrar com os valores da realidade. Por isso mesmo, muito do que a culpa tem é ligado à eticidade, ou seja, o que julgamos estar certo ou não é influenciado pelos padrões impostos pela cultura. Assim temos que prestar atenção o que é válido para mim e para o outro, entender os diferentes contextos e até que ponto devemos abrir mão das nossas vontades e não deixar que o meio influencie negativamente em nossas vidas, pois se torna muito difícil conseguir seguir todos os padrões.

Quando nos deparamos frequentemente com esse sentimento é importante observarmos como está nossa autoestima, se estamos sendo facilmente manipulados e entender de onde vem essa culpa, se algum fator pode ter desencadeado, observar em quais contextos ela ocorre. Ter um bom senso crítico é muito importante para refletirmos os dois lados da moeda e também sabermos defender nossa opinião. Porém, se a culpa se der realmente por algum comportamento inapropriado, é importante entendermos que ninguém está livre de erros e que eles vêm para fazermos aprender e melhorar. Sempre há uma forma de repará-los, desde um simples pedido de desculpas. Fazendo nossa parte, não devemos ficar remoendo a situação e se autosabotando, pois assim o sofrimento se prolonga por mais tempo. Devemos reconhecer nosso erro e entender que ele serviu para um aprendizado e assim vivermos mais vigilantes para não voltar a cometê-lo, pois somente assim voltaremos a sentir o equilíbrio e a paz interior que a vida nos tira.






Psicóloga formada pela Puc-Campinas e em terapia por contingências de reforçamento (TCR) pelo Instituto de Terapia por Contingências de Reforçamento (ITCR), aonde curso especialização. Procuro sempre me aperfeiçoar nas áreas de interesse, estando por dentro das novidades da análise do comportamento no contexto da clínica, psicologia hospitalar, orientação vocacional, psicologia escolar. Fiz aprimoramento em ABA para autistas e além de atuar no contexto da clínica, faço treinamento em serviço na UNICAMP, aonde atendo muitos casos de transtornos mentais. Sempre me interessei muito por textos que abordam assuntos psicológicos, sentimentos, personalidade, relacionamentos e sempre gostei muito de escrever temas psicológicos e acredito que escrevendo também se aprende, por isso tento criar novos conteúdos em relação ao que aprendo e compartilhar conhecimentos. Sou bastante curiosa, proativa, organizada e determinada. Espero ser uma forma de crescimento e que os conteúdos possam ajudar a todos.