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Como nove países abordam as questões de saúde mental

A percepção, a conversa e o tratamento das doenças mentais varia no mundo inteiro. Pedimos que as equipes do Buzzfeed de nove países diferentes falassem sobre como o tema é abordado nos seus respectivos países.

As atitudes em relação às doenças mentais e o acesso aos tratamentos também são muito diferentes dentro de cada um dos países e variam de acordo com gênero, idade, experiência cultural, geografia, renda, profissão e muitos outros fatores. Essa conversa é um ponto de partida, com base em nossas próprias experiências e reportagens.

Chris Ritter / BuzzFeed

Dani Beck: Depende do ambiente. Algumas pessoas são abertas e compreensivas, outras não sabem lidar. Se você se sente à vontade com um amigo, tudo bem pedir uma recomendação. Se você trabalha numa empresa que cuida da saúde (mental) dos funcionários, pode até mesmo conseguir ajuda no trabalho. Mas em geral parece mais seguro manter o problema em segredo. Amigos e parentes costumam acreditar nos clichês disseminados pela mídia, como os que dizem que as pessoas deprimidas só precisam “se animar”.

Jenna Guillaume: Acho que o assunto ainda é bastante tabu. As pessoas estão se abrindo mais a respeito – especialmente os jovens – e existem campanhas como a Semana da Saúde Mental (que acontece em outubro na Austrália), além do esforço de combate ao estigma das doenças mentais por parte de organizações como a Headspace e o Black Dog Institute. Mas eu diria que muita gente ainda tem dificuldades de falar do assunto.

Conversei com amigos próximos e parentes sobre minha ansiedade, e pedi a recomendação de um terapeuta para uma amiga que estava lidando com um problema semelhante. Mas durante muito tempo tive vergonha de falar do assunto, e acho que isso tem a ver em parte com o estigma que ainda existe na Austrália.

Iran Giusti e Flora Paul: É difícil se abrir. Se você toma remédios ou faz terapia, não é algo que se comente. E, se você fala do assunto, é de um jeito meio glamouroso, tipo “Ah, sou tão ansiosa”. Você não costuma pedir conselhos para amigos ou parentes, e os profissionais de saúde não recomendam tratamentos de saúde mental, a menos que você peça.

Kat Angus: Há um certo estigma social em torno das questões de saúde mental no Canadá, mas com certeza a sensação é que as pessoas começam a perceber que saúde mental é uma preocupação de todos e que doenças mentais não são motivo de vergonha. Não me entenda mal – ainda é raro que as pessoas falem publicamente das suas dificuldades, mas eu já discuti minha depressão e minha tentativa de suicídio com amigos e parentes e descobri que muitos deles também tinham as mesmas questões. É mais fácil entender quando você não está sozinho.

Elamin Abdelmahmoud: Houve várias campanhas recentes para combater o estigma que envolve as doenças mentais no Canadá, e isso é positivo. Mas precisamos dessas campanhas porque o estigma é muito enraizado aqui, e não é fácil falar de saúde mental.

Beatriz Serrano: As pessoas meio que sentem vergonha de dizer que fazem terapia, e você só fala sobre esses grandes temas de saúde mental com amigos próximos ou parentes. A percepção das doenças mentais mudou muito nos últimos anos, mas, embora as pessoas achem OK fazer terapia “se tiver acontecido alguma coisa” (a morte de alguém próximo, ou um divórcio, por exemplo), é diferente quando você tem uma doença mental “do nada”. Em geral, falta informação.

Susie Armitage: Só posso falar da minha própria experiência. Sou mulher, branca e nasci aqui. Essas matérias sobre saúde mental escritas por autores não-brancos exploram uma gama muito mais ampla de experiências, inclusive o impacto do sistema de imigração e do racismo na saúde mental.

Procurei ajuda quando tinha vinte e poucos anos. Sofria de ansiedade e depressão. Um amigo que sabia do meu problema perguntou o nome do meu médico. Mas no geral eu achava que tinha algo a esconder. Estava morando em Washington D.C., onde vários empregos exigem autorização de segurança e verificação de antecedentes. Nunca passei pelo processo, mas parecia que todo mundo tinha um “histórico permanente” em algum lugar. Tinha medo que meus empregadores descobrissem.

Acho que há uma mentalidade pró-autoajuda na cultura americana, e ela se estende à saúde mental. Cada vez mais, procurar ajuda é visto como algo positivo. Mas ainda há estigma.

Marie Telling: Não se discute muito abertamente, embora as pessoas tendam a ser mais abertas nas cidades grandes, especialmente em Paris, onde é mais fácil admitir que você faz terapia e pedir recomendações aos amigos.

Doenças mentais são muito estigmatizadas e associadas com ideias de perigo, exclusão social e falta de responsabilidade e de confiança. Segundo um estudo de 2009, quase 70% dos franceses acreditam que doenças mentais “não são como as outras doenças”.

Então ainda há muito estigma, vergonha e segredo envolvendo o reconhecimento e o tratamento das doenças mentais. Muitas vezes isso significa que as pessoas não recebem tratamento imediatamente, ou às vezes simplesmente não são tratadas. Também existe a ideia de que você deveria ser “forte” e “superar” a depressão ou a ansiedade, em vez de tratá-las com remédios.

Andre Borges: Acredito que algumas pessoas estejam dispostas a discutir depressão, transtorno do estresse pós-traumático, abuso de substâncias e ansiedade, mas para a maioria dos indianos esses problemas ainda são alvo de estigma. Acho que as pessoas sentem a necessidade de esconder suas ansiedades sociais, nem tanto dos pais, mas sim dos colegas e amigos. Quando se fala em terapia, as pessoas não comentam enquanto estão fazendo. Depois que tiverem terminado, talvez contem para um amigo próximo ou um parente.

O maior estigma é provavelmente o fato de que, se você admitir que foi diagnosticado com uma doença mental, vão achar que você é louco. As pessoas não entendem que saúde mental é uma questão médica. Parece algo fora do normal. Portanto, receber tratamento para esses problemas pode te transformar num pária.

Baxter Aceves: Fazer terapia ou aceitar que você precisa de aconselhamento se torna cada vez mais ~aceitável~. Mas ainda há muitos casos (como doenças mais complicadas como autismo) em que as famílias preferem “esconder” os pacientes da sociedade. Resumindo, as pessoas estão se abrindo um pouco mais, mas ainda temos um longo caminho pela frente.

Chris Ritter / BuzzFeed

DB: Alguns atletas se abriram sobre a luta contra a depressão. O jogador de futebol Sebastian Deisler, por exemplo, abandonou uma carreira de sucesso por causa do problema. Bruce Darnell, que participava da edição alemã do Germany’s Next Top Model e é jurado do programa Das Supertalent (Germany’s Got Talent, uma espécie de show de calouros), também falou sobre sua saúde mental.

Em geral a mídia faz suposições, mas ninguém realmente admite. Transtornos alimentares ou relacionados à bebida são basicamente os únicos problemas que as pessoas admitem ter. Autismo, depressão ou TOC nunca são discutidos publicamente. As pessoas acreditam em clichês como o TOC do personagem da série Monk, e depressão é algo que os VIPs sofrem quatro vezes por ano, quando aparecem fotos deles com cara triste.

JG: Acho que toda a mídia mainstream da Austrália tem feito um esforço conjunto nos últimos anos para falar de questões de saúde mental de forma aberta e franca. Durante a Semana da Saúde Mental, em outubro, a rede de TV ABC dedica uma semana inteira da programação ao assunto, com o nome “Mental As”. Programas como “Please Like Me”, de Josh Thomas, abordam a saúde mental de maneira sensível e autêntica.

Algumas pessoas conhecidas falaram abertamente sobre o tema – atrizes como Ruby Rose, apresentadoras de TV como Jessica Rowe e esportistas como Matthew Mitcham (salto ornamental) e Buddy Franklin (futebol australiano). A resposta do público foi de apoio.

Mas isso aconteceu depois de um incidente terrível de 2014, quando a modelo e personalidade de TV Charlotte Dawson cometeu suidício. Ela foi alvo de bullying online depois de falar abertamente de sua depressão. O caso gerou conscientização e diálogo aberto.

IG e FP: A mídia raramente cobre saúde mental, e sempre é meio glamouroso.

A atriz Ana Paula Arósio abandonou uma novela por causa de depressão, segundo a imprensa, mas ela nunca falou do assunto.

A modelo Cibele Dorsa se matou depois do suicídio do namorado. A revista Caras estampou Dorsa na capa, com a chamada: “A atriz que morreu por amor”.

KA: A iniciativa canadense mais conhecida em relação à saúde mental é o Bell Let’s Talk Day. Desde 2010, um dia de janeiro é escolhido para que as pessoas falem aberta e honestamente sobre suas experiências e dificuldades com a saúde mental. É uma iniciativa de muito sucesso, que ajudou a arrecadar fundos e a gerar conscientização e compaixão para com quem sobre de problemas de saúde mental.

Embora o Bell Let’s Talk Day seja um enorme sucesso no Canadá (a iniciativa foi recentemente estendida até 2020, com 100 milhões de dólares), às vezes parece que no resto do ano as discussões sobre saúde mental são varridas para debaixo do tapete. Com certeza é melhor ter um dia de discussão do que nenhum, mas, quando tantos esforços se concentram numa data específica, pode parecer que é a única oportunidade para falar do assunto.

BS: Pergunto pro pessoal da redação e é estranho como conseguimos lembrar de várias celebridades que lutam contra o câncer, mas não contra a depressão, por exemplo. De tempos em tempos saem listas de “celebridades com doenças mentais”, mas elas são todas dos Estados Unidos ou do Reino Unido.

Falta informação, mas as coisas estão mudando. Como depressão é uma das doenças mais comuns, a mídia está começando a falar dela, mas ainda não é um tópico muito “popular”.

SA: Várias celebridades estão falando de suas experiências com doenças mentais, e a resposta tem sido positiva. Acho que a tendência da cultura americana de contar mais histórias e ser mais aberta ajuda nesse sentido. Mas ainda há muito a fazer. Por exemplo, o manual de estilo da Associated Press, usado por jornalistas do país inteiro, não tinha uma seção sobre doenças mentais até 2013.

MT: Segundo Viviane Kovess-Masfety, uma especialista em epidemiologia de saúde mental, a mídia francesa “nunca fala sobre saúde mental de maneira positiva, mas sim de maneira dramática. Isso tem consequências muito negativas e perigosas para os pacientes e suas famílias”.

A mídia francesa tem parcela da culpa na estigmatização das doenças mentais, e o noticiário só cobre o tema quando acontece uma tragédia.

Várias celebridades francesas falaram sobre terapia e a vida com depressão. Mas, na imprensa, a depressão sempre é tratada como consequência de um evento trágico – esta celebridade ficou deprimida depois de terminar com o namorado, esta outra porque seu filme foi um fracasso etc.

AB: Não é um tema que apareça muito nos filmes de Bollywood. Alguns filmes, como “Barfi”, “Hasee Toh Phasee” e “Taare Zameen Par” tratam de autismo, déficit de atenção e dislexia. Mas são exceções. A maioria não toca no assunto.
Mas na indústria fala-se bastante de problemas como depressão e outras doenças. Nos últimos anos, várias celebridades se manifestaram sobre depressão e ansiedade. Shah Rukh Khan, Anushka Sharma e principalmente Deepika Padukone foram muito francos. Deepika até mesmo criou uma fundação para ajudar as pessoas a lidar com a depressão.

BA: Quando as celebridades têm uma crise, em geral elas se voltam para areligião. Não há muitos casos de celebridades que aceitem as doenças mentais. Um apresentador chamado Mauricio Clark disse na TV que era viciado e que sofria de uma “doença emocional”. A razão para seu vício era o fato de ele não aceitar sua homossexualidade e sua luta contra o preconceito.

Chris Ritter / BuzzFeed

DB: A saúde mental infantil tem os mesmos problemas de percepção e os mesmos desafios da saúde mental em geral. Quando estava na escola (1992-2005), nunca falamos do assunto. Você podia procurar alguns professores, mas eles não eram “especialistas”.

JG: O Levantamento Nacional sobre Saúde Mental e Bem Estar realizado em 2014 indicou que quase um entre sete australianos (14%) de 4 a 17 anos teve algum problema de saúde mental nos 12 meses anteriores. Mas nunca houve tanta ajuda à disposição.

O clínico geral é uma das melhores alternativas para os jovens. E o serviço de atendimento telefônico Kids Helpline oferece aconselhamento 24 horas por dia, 7 dias por semana. O serviço atende mais de 5 500 crianças a cada semana.

As escolas de ensino médio também contam com serviços de aconselhamento. Mas, quando eu estava na escola, havia muito estigma e fofoca se você procurasse aconselhamento. Acho que as coisas melhoraram desde então, mas as questões de saúde mental e bullying parecem ter piorado com o aumento do uso de celulares e da internet.

IG e FP: As crianças não costumam fazer terapia. Talvez se os pais estiverem se divorciando, mas ainda assim é preciso que a família seja rica. Em geral, as escolas não têm conselheiros. Se uma criança “causa problema”, a escola provavelmente vai ligar para os pais.

EA: Uma estatística bizarra: no Canadá, 70% dos jovens adultos que têm problemas de saúde mental dizem que eles surgiram na infância. É um número alto, sobre o qual pouco se fala. O Canadá passa por uma (lenta) mudança cultural no que diz respeito à saúde mental, mas a saúde mental das crianças não é parte significativa dessa conversa.

KA: Quando eu era uma adolescente deprimida e suicida em Ontário, tive a sorte de ter ajuda quando precisei. Meus conselheiros estavam abertos a discutir meus problemas e me ajudaram a conversar com meus pais. Depois, tive acesso a assistentes sociais, psiquiatras e terapeutas. Eles foram essenciais na minha recuperação. Minha universidade também oferecia aconselhamento pessoal e de saúde mental para os alunos, apesar da longa espera por uma consulta. Como costuma acontecer, não há recursos suficientes para atender tanta demanda.

BS: Tínhamos “conselheiros”, e o engraçado é que todos eram psicólogos, mas a gente nunca os chamava assim. Não se discute saúde mental nas escolas. Se uma criança tem problemas, ela pode procurar aconselhamento e talvez um psicólogo. Mas não é um assunto discutido na escola. Os médicos do sistema público de saúde podem recomendar um terapeuta para a criança. Se ela tiver algum tipo de doença mental (esquizofrenia etc), tudo está coberto.

SA: Tínhamos um programa de aconselhamento por pares na minha escola: as crianças eram treinadas para conversar com os colegas e sabiam se era necessário avisar um adulto se o problema fosse sério.

Segundo os Centros de Controle e Prevenção de Doenças, até 20% das crianças americanas “apresentam algum transtorno mental num período de um ano”. Uma análise sobre o acesso das crianças à saúde mental indicou que muitas precisavam desse tipo de serviço, mas não tinham acesso. Quando tinham acesso, o especialista não era necessariamente o mais adequado, ou então o tratamento não durava o tempo suficiente.

MT: Quando se trata do comportamento das crianças, existe um medo real de exagerar nos remédios. Outro desafio que gera muita discussão é ideológico: a imensa maioria dos psiquiatras infantis faz parte do movimento psicanalítico e, portanto, é contra a terapia cognitiva comportamental, um método usado em vários países para tratar crianças e adolescentes que sofrem de doenças mentais.

Um estudo de 2012 também ressaltou a falta de profissionais de saúde mental nas escolas. Quando eles estavam presentes, tinham formação precária. Algumas escolas francesas têm psicólogos, mas não lembro de ouvir falar de um na minha escola e sinceramente não lembro de aulas sobre saúde mental nem de aprender a respeito antes de entrar na faculdade.

AB: A situação das escolas está muito melhor hoje em dia. Há procedimentos para identificar crianças que possam ter certos problemas. Muitas escolas estão organizando programas de mentores, nos quais alunos mais velhos são treinados para ajudar os colegas com problemas. Além disso, elas estão contratando conselheiros para conversar com os estudantes angustiados e tentar descobrir qual é o motivo da angústia.

BA: Toda escola do ensino fundamental é obrigada a ter um psicólogo. Algumas têm psicólogos desde o jardim-da-infância até o ensino médio. Mas eles não oferecem terapia, apenas identificam problemas e indicam especialistas para realizar tratamentos. Obviamente, as crianças só serão tratadas se a família tiver recursos para pagar.

As principais razões que levam as crianças a procurar o psicólogo têm a ver com o relacionamento dos pais: violência doméstica, divórcio, separações por motivos econômicos (o pai imigra para os Estados Unidos para sustentar a família etc.).

Chris Ritter / BuzzFeed

DB: Em geral você mesmo procura um terapeuta, ligando para quem acha no Google etc. Os planos de saúde também pode ajudar – pedi informações para o meu plano e eles me passaram alguns nomes. Também perguntei a alguns amigos, e, pela minha experiência, quando as pessoas percebem que você precisa de ajuda, elas sempre têm alguém para indicar.

Os planos de saúde cobrem os custos e você pode até mesmo fazer cinco sessões com um terapeuta/psiquiatra antes de se comprometer com um tratamento de longo prazo. Ou seja, dá para experimentar várias opções até encontrar uma que funcione para você. Aí, o próprio médico vai cuidar da papelada e dar entrada no pedido da terapia.

JG: Encontrar um terapeuta é muito fácil – se você souber como! Você pode procurar seu clínico geral, e ele vai indicar um especialista, se achar necessário. Isso costuma envolver um plano de saúde mental, que incluiu até dez sessões gratuitas de aconselhamento por ano. O clínico geral pode indicar um médico específico ou você pode escolher o da sua preferência. Mas a maioria das pessoas não se dá conta de que o clínico geral também pode ajudar com problemas de saúde mental. A falta de informações e de conscientização é a maior barreira.

O engraçado é que eu acho que temos ótimas opções de saúde mental – de organizações especializadas a consultas subsidiadas pelo governo. Mas, como não se fala muito do assunto, sinto que as pessoas nem sabem o que têm à disposição. Por outro lado, acho que as coisas estão melhorando conforme diminui o estigma. Mas ainda há muito a fazer nessa área.

IG e FP: Quando você procura alguém para tratar de saúde mental, em geral busca recomendações em serviços privados ou na internet. As universidades também oferecem opções de baixo custo. Os planos de saúde privados costumam limitar as consultas com terapeutas a dez por ano, e você só tem acesso a elas com a autorização de um médico.

Quando se trata de psiquiatria, os sistemas público e privado trabalham da mesma maneira: você só vai buscar seus remédios, sem muita conversa.

KA: Apesar de o Canadá oferecer saúde pública para todos, a saúde mental em geral não é coberta pelo nosso sistema de saúde. As pessoas que precisam desse tipo de serviço precisam pagar por conta própria.

Alguns planos de saúde corporativos oferecem cobertura para saúde mental. Mas tudo depende do que é oferecido pela empresa. Alguns cobrem apenas algumas sessões de terapia, mas não o suficiente para um tratamento de longo prazo – e vários planos de saúde corporativos não cobrem saúde mental.

O acesso aos serviços gratuitos também depende de onde está o paciente. Quem mora em comunidades rurais frequentemente tem mais dificuldade de acesso. O território de Nunavut, no norte do país, tem os mais altos índices de suicídio do país, e a localização remota dificulta ainda mais o acesso da população a serviços de saúde mental.

BS: As pessoas costumam procurar clínicas privadas porque é mais fácil. Normalmente você pede recomendações para parentes ou amigos. Uma sessão de uma hora com um terapeuta privado custa entre 50 e 90 euros. Você também pode procurar um médico que atende pelo sistema público, e ele pode indicar um terapeuta. Mas esse processo é muito lento, então a maioria prefere a primeira opção.

SA: O sistema de saúde nos Estados Unidos é, digamos assim, ~complicado~. A implementação do plano do presidente Obama, também conhecido como Obamacare, aumentou a cobertura para as pessoas que antes não tinham seguro-saúde. Todos os planos oferecidos nos “mercados” que fazem parte do Obamacare têm de cobrir saúde mental. As leis americanas também exigem o que é chamado de “paridade de saúde mental”, ou seja, os planos de saúde são obrigados a cobrir doenças mentais da mesma maneira que cobrem doenças físicas.

Mas, na prática, ainda é difícil ter acesso aos tratamentos. Navegar o sistema exige muita paciência e persistência, o que não é fácil para quem tem doenças mentais.

MT: Paris e as outras grandes cidades têm muito mais profissionais de saúde mental que o resto da França.

O sistema de saúde cobre apenas o tratamento com psiquiatras, não psicólogos, o que dificulta o acesso de muitas pessoas à saúde mental. E, mesmo com o psiquiatra, talvez você tenha de pagar parte da consulta, se o médico decidir cobrar mais do que é coberto pelo sistema público.

Boa parte disso tem a ver com informação. Como ainda existe estigma em torno da saúde mental, muita gente não pensa em procurar ajuda para melhorar. 85% dos psicotrópicos vendidos na França são receitados por clínicos gerais. Isso acontece porque os próprios clínicos gerais costumam receitar esses remédios para pacientes ansiosos ou deprimidos, em vez de indicar especialistas.

AB: Saúde mental não é coberta pelos planos de saúde daqui. As pessoas pagam do próprio bolso. Alguns hospitais têm consultores, mas a maioria procura clínicas privadas, embora elas não sejam muitas. As pessoas fazem pesquisas preliminares no Google, mas, como não há muitas clínicas, as respostas não são muitas. O jeito mais comum de encontrar um terapeuta é pelo boca-a-boca, pedindo recomendações a amigos ou pessoas de confiança.

BA: A cobertura depende do tipo de plano de saúde que você tem, mas ela é rara. No México, as pessoas costumam se automedicar. Há tratamentos indígenas conhecidos há milhares de anos, e você não precisa ir ao médico para obtê-los. Nos últimos anos, as leis que controlam a venda de medicamentos têm ficado mais rígidas, mas ainda assim é fácil conseguir remédios sem receita.

Fonte Indicada: Buzz Feed

Consulte sempre um médico para avaliar questões acerca da sua saúde e bem-estar. As postagens do BuzzFeed são feitas com o propósito de informar e não substituem um diagnóstico médico, os tratamentos prescritos ou o aconselhamento de um profissional de saúde.

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