Por Jamie Flexman
Os introvertidos tendem a ser um enigma que o resto da população não consegue resolver. Todo mundo entende um extrovertido; eles costumam dar vida e ser a alma de uma festa, sempre com uma história para contar e um sorriso no rosto. Mas não quero falar sobre eles. Já recebem atenção suficiente, por isso, nos próximos cinco minutos quero chamar sua atenção para o outro extremo do espectro.
Os introvertidos são incríveis, e aqui estão seis coisas que eu queria que todos soubessem.
1. Não é que não goste de você, apenas não quero falar com você
As pessoas facilmente confundem nosso desejo de sair correndo e nos esconder com algum tipo de grosseria, bem, não é isso. É apenas uma tática evasiva que empregamos para que não tenhamos de lidar com conversas banais e bobagens desnecessárias. Convidou amigos? Ótimo, vou ficar no meu quarto.
Os introvertidos não sentem necessidade de preencher o espaço vazio com palavras e ações. Estamos felizes em aceitar o silêncio porque se trata de equilibrar a necessidade de ser sociável com a capacidade de calar a maldita boca quando necessário.
2. Há uma diferença entre ser tímido e ser quieto
A sociedade gosta de acreditar que, se você é o tipo de pessoa que prefere sentar no banco de trás em situações sociais, então deve ser tímido.
James Bond não encarna exatamente seu Louie Spence interior quando entra na sala, mas ninguém dá sermão em nosso amado espião enquanto ele fica de pé bebericando seu martini com um ar ‘cool’. Talvez porque ele seja um personagem fictício. Vai saber? Mas meu ponto é o mesmo — ser quieto é incrível!
3. Somos todos extrovertidos que operamos sob o radar
Outro grande equívoco sobre os introvertidos é que somos de alguma forma inferiores aos extrovertidos loucos que todo mundo parece amar (e odiar). Veja bem, somos adaptáveis e cheios de surpresas.
Os extrovertidos vivem a vida com o volume nos níveis da banda Spinal Tap, mas, para ser totalmente sincero, quem quer isso? Os introvertidos, por outro lado, podem operar em qualquer faixa entre 1 e 11. Podemos escolher quando falar e quando ficar calados, quando dar um passo à frente e quando recuar. Você olha para o lado, e estamos lá. Não percebeu que estávamos chegando.
Isso mesmo, somos basicamente Ninjas.
4. Nosso cérebro é uma bateria que precisa ser recarregada regularmente
Nossa capacidade de ficar fora da linha de fogo não tem a ver apenas com uma recusa em lidar com o que a podre sociedade julga necessário, mas, normalmente, é a única maneira de recarregar nossos cérebros para que consigamos viver para lutar outro dia.
Muito estímulo, de qualquer fonte, é como kriptonita. Lentamente consome nossos superpoderes até que tudo o que resta é uma concha vazia. Às vezes, apenas precisamos ficar longe de tudo.
5. Ser quieto e despretensioso não significa que sejamos ‘serial killers’
As pessoas tendem a desconfiar daqueles que são um pouco diferentes. É um traço evolutivo completamente compreensível que nos impede de bisbilhotar outra tribo e levar um pé no traseiro. No mundo de hoje, no entanto, por que as os loucos barulhentos são considerados normais e os quietos são vistos com imensa suspeita?
Lembre-se, passar algumas horas sozinho é completamente diferente de ser um eremita social que gosta de usar as perucas da vovó por prazer.
6. Não se preocupe, também não somos suicidas
Sempre fui visto como um pouco peculiar, talvez um pouco estranho em algumas ocasiões. Não que eu faça nada específico para justificar acusações descabidas, mas acho muito engraçado quando as pessoas tentam criar um vínculo entre músicos (eu) e introvertidos (eu de novo!).
Não são os introvertidos com os quais você precisa se preocupar. Muitas vezes, as pessoas que estão olhando para o nada são aquelas que aprenderam a arte de parecer totalmente normal por fora. Não há nada que indique que os introvertidos corram um risco mais alto do que outras pessoas.
Felicidade e introversão não são mutuamente exclusivas — somos como qualquer pessoa.
Somos calados e gostamos disso, então, fique quieto.
TEXTO ORIGINAL DE BRASILPOST