Por Içami Tiba, em seu site
Atualmente um dos maiores incentivos para os alunos estudarem é o exame do vestibular.
No Brasil, uma pessoa que tenha o ensino médio completo tem uma fraca competência profissional, se comparada com o ensino superior. Do ponto de vista salarial, o que um trabalhador com ensino fundamental receberia em dez anos de trabalho, com ensino médio levaria 9 anos e 3 meses e ensino superior em 3 anos e 11 meses.
Sem contar a qualidade de vida resultante daquele trabalhador que tiver maior graduação, por saber mais e melhor. Este poderia até receber em um único mês esta quantia toda e mais ainda… Ou seja, quem é que não gostaria de concluir um ensino superior?
Cerca de 38% dos empregos formais do Paraná em 2006 foram ocupados por trabalhadores com ensino médio completo. O salário desses trabalhadores chegou, em média, a R$ 529,39. Os dados são de um estudo realizado pela Secretaria do Trabalho, Emprego e Promoção Social, divulgados em 12 de outubro 10. Os trabalhadores com 8ª série completa receberam, em média, R$ 495,05 no ano passado, ocupando 18,1% dos empregos formais do Estado. Os contratados que tinham ensino superior completo receberam, em média, R$ 1.264,01.
Para conseguir ingresso a uma faculdade é necessário que o aluno seja aprovado no exame vestibular. A maioria dos brasileiros depende desta aprovação para fazer uma faculdade. Não é nada fácil, pois não se trata de um exame simplesmente aprovativo, mas sim de um exame competitivo.
O que é um exame aprovativo?
Exame aprovativo é o que presta um aluno em toda a sua carreira estudantil para ser aprovado. Basta tirar uma nota igual ou acima da exigida pela escola e o aluno é aprovado. Esta avaliação é muito precária, e um aluno consegue ser aprovado, mesmo que estude somente na véspera das provas, pratique o “decoreba” que não é um aprendizado, que use outros recursos auxiliares para ser aprovado, como refazer exames em recuperações sucessivas até a “dependência” e arrastar alguns anos a mais no seu curso, reclassificar em outra escola, transferir para escola de menor exigência, cursos supletivos, tudo dentro da lei. Fora da lei pode o aluno também ser aprovado se “colar” ou assinar provas e trabalhos escolares mesmo que não tenham sido feitos por ele.
Exame competitivo ou meritocrata é o que não depende individualmente da nota conseguida, mas sim da sua classificação entre as notas de outros concorrentes. Não há outros recursos como no aprovativo. É uma vez só. Mesmo que tenha tirado excelentes notas, se o concorrente tirar 0,01 ponto a mais que ele, acaba desclassificado.
A relação de candidatos por vaga demonstra uma batalha ao qual o filho não está acostumado. Pela Fuvest, se o seu filho quiser ser Oficial da Polícia Militar terá 74 concorrentes para sua vaga; para publicidade e propaganda, 40; para medicina e ciências médicas, 34; para psicologia, 24; para engenharia civil em São Carlos, 20; para direito, 18; e assim por diante…
A maioria dos candidatos não desenvolveu a suficiente responsabilidade e a disciplina para este exame. É um salve-se quem e como puder. Os mais bem preparados não precisam tanto dos pais nesta etapa quanto os não preparados, pois estes ainda têm que e o que estudar de última hora.
Devido à importância destes vestibulares, que podem comprometer o futuro profissional dos filhos, os pais têm mais é que viver em prontidão para atender o que eles pedirem.
O que os filhos menos precisam é de lamentações sobre o tempo perdido ou broncas pelas “águas passadas”. Prontidão para servir de apoio logístico de transporte, estudo e até oferecer uma alimentação mais prazerosa. Regime, nem pensar. Para o filho basta o estresse que já está passando, então os pais não devem propiciar nada mais a preocupar além dos estudos. Esta não é ocasião oportuna para educar, mas sim ajudar o filho a sair deste sufoco.
Imagem de capa: Shutterstock/Monkey Business Images
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