O processo de tomada de decisões parece algo fácil e instintivo. Afinal de contas, mesmo que em alguns períodos da história ainda haja a noção de destino, a ideia que prevalece hoje em dia é que, em maior ou menor medida, o ser humano tem a capacidade cognitiva de ser “arquiteto de seu próprio destino”.
Se formos analisar o ser humano sob o ponto de vista biológico e comparativo com nossos ancestrais de cinco ou dez mil anos atrás, não é como se nosso sistema nervoso – isto é, a construção formal dele – fosse muito diferente hoje do que era antes. Por exemplo: humanos não têm garras, presas ou mesmo veneno para defesa natural. Tampouco somos fortes como um gorila ou rápidos como um leopardo. Camuflagem? Menos ainda. A “defesa” natural dos humanos reside na sagacidade em sobreviver. Não há mente no mundo animal como a do ser humano – em especial no que tange à velocidade de raciocínio.
E o bojo desse processo de sobrevivência da espécie humana através dos séculos reside em detectar padrões e responder a esses padrões. Seja de modo consciente ou não, a capacidade humana em tomar decisões com embasamento em padrões e fatos é uma virtude importante. Mais do que isso: ela pode ser aprendida e otimizada como a maior parte dos processos cognitivos.
Um bom exemplo para esse aprendizado acaba sendo uma partida (ou várias) de poker. Suponha que você esteja em situação na qual você tem de dar uma resposta rápida: na vida cotidiana elas não acontecem todo dia. Numa partida de poker, são centenas num espaço curto de uma hora ou duas. “Com o tempo, aprendemos a entender melhor as situações e a maturidade e experiência trazem auto confiança, que quebra essa barreira psicológica. É nesta fase que entendemos que poker é um jogo mental que exige mais do que você acha que é capaz. Ele te faz superar todas as barreiras, você aprende a entender as derrotas e erros, ganha essa sensibilidade de análise de situações e tomada de decisões, que pode ser aplicada em qualquer área da sua vida pessoal e professional” – escreve o jogador profissional de poker, Caio Pessagno, para o blog da PokerStars.
Com efeito, é plenamente possível haver um processo objetivo de tomada de decisões. Ele pode se basear numa coleta de dados e abordagem subjetiva a estes, mas de maneira maior ou menor é possível a otimização hierárquica nesse processo.
O primeiro passo é a determinação de qual decisão tem de ser feita. É perceber que, “opa, preciso tomar uma decisão que me levará a consequências X ou Y”. É um processo interno de autoconhecimento que poucos têm a noção e capacidade de fazer. Não surpreende que muitas pessoas deixem as coisas se acumular, procrastinando, de maneira a perder tempo valioso até serem forçados a tomar decisões.
Feito isso, é imperioso coletar informações. Aqui vem a parte difícil. Desde a década de 1990 houve um aumento quase que exponencial no número de informações disponíveis. Talvez foi o maior aumento desde o paradigma da invenção do tipo móvel de Gutemberg por volta de 1450, a qual permitiu a produção de mídia escrita em série. Saber de antemão quais as melhores fontes de informação no que diz respeito à decisão que você irá tomar é algo essencial. Por exemplo, supondo que você está decidindo se vai comprar ações da empresa Z. Ter uma noção básica de contabilidade e dar uma olhada no balanço anual da empresa parece uma boa fonte, não?
O grande ponto é que a tomada de decisão raramente se comporta de maneira binária – ou seja “sim/não”. Alternativas podem estar presentes e você tem de estar ciente a respeito de todas as possíveis – ou seja, listar todas as alternativas possíveis e, na maior parte dos casos, desejáveis.
O quarto passo é, talvez, o mais importante na cadeia hierárquica de tomada de decisões: o sopesamento subjetivo das evidências e informações coletadas anteriormente. Muitos pensam que todo o processo é objetivo, como também já dito, mas isso é uma falácia que pode incorrer em erros graves. A determinante aqui há de ser quais informações lhe ajudarão a atingir os objetivos também traçados previamente. Podem ser informações que indicam que uma decisão tem de ser tomada ou, em sentido contrário, que não deve ser tomada.
O processo está longe de terminar nesse quarto passo: agora vem a hora de efetivamente escolher qual alternativa escolher. E, mais: fazer. Um erro no qual muitos incorrem – não só nesse processo mas como na vida como um todo – é em hesitar em tomar ação. Aquele bom e velho slogan da Nike – o Just Do It (“apenas faça isto”, embora outras traduções sejam possíveis) é um bom resumo deste passo. Não pare por aí: é o que sempre dizem, os sábios aprendem com os erros cometidos. Caso seu processo decisório não tenha resultado num resultado positivo – seja ele qual for – reveja este desde o início para tentar entender (e não errar novamente) qual foi a leitura errada.
Seja sincero: parece que tudo isto que falamos acima é óbvio. E é mesmo. Mas quantas vezes você, de fato, realizou esse processo de maneira racional e sem “ir fazendo do jeito que dá”? Colocar as coisas no papel é um excelente meio de visualizar todas as informações possíveis (sobretudo as mais úteis) e todos os caminhos possíveis – a chamada árvore de decisões. Experimente um processo decisório hierarquizado como este acima. Os resultados podem lhe surpreender.
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