Yasmin Martins, que trabalha como psicóloga no Espírito Santo, está tendo que responder ao Conselho de Ética do Espírito Santo por causa de um vídeo que viralizou na rede social Tik Tok.
O vídeo foi retirado do ar, mas o que era para ser “humor” também gerou uma repercussão muito negativa culminando com muitas discussões principalmente no twitter.
Isso aconteceu porque, no conteúdo publicado, existem frases como: “O que você está fazendo parada aí? Eu já te avisei que não é assim que você vai vencer a ansiedade”; “Não menina, não fica assim não. Seus problemas acabaram agora, se bem que sua vida também acabou, né?”.
Abaixo, segue a nota do CRP sobre o caso:
“O CRP-ES adotará os procedimentos previstos em suas normativas, destacando-se a Resolução do Conselho Federal de Psicologia (CFP) 10/2017, que institui a Política de Orientação e Fiscalização do Sistema Conselhos de Psicologia e a Resolução CFP 11/2019, que institui o Código de Processamento Disciplinar.
No entanto tais procedimentos, até o momento, ocorrem em sigilo. O CRP-ES não pode prestar informações sobre as eventuais infrações éticas contidas no vídeo, tampouco sobre os procedimentos realizados neste caso específico. Mas, o Conselho pode tornar pública e elucidar as orientações gerais para divulgação de psicólogos nas redes sociais.
O CRP-ES reforça que as divulgações de psicólogos em redes sociais são passíveis de fiscalização. Quando as pessoas virem situações parecidas a essa nas redes sociais, elas podem acionar o Conselho para que ele fiscalize o ocorrido. As denúncias dessa natureza devem ser enviadas para a Coordenação Técnica de Orientação, Fiscalização e Ética do CRP-ES: [email protected].
Vale reforçar que o CFP divulgou, recentemente, a “Nota técnica sobre uso profissional das redes sociais: publicidade e cuidados éticos” (nº 1/2022), editada à luz do Código de Ética Profissional do Psicólogo. Ela traz os parâmetros para divulgações em redes sociais por parte de psicólogos. É muito importante que a categoria profissional se oriente por este documento, que pode ser acessado no site do CFP e do CRP-ES ou mesmo neste link: https://bit.ly/3aWrtRF”.
Já a psicóloga Yasmin Martins, em sua defesa, comentou que “A ideia do vídeo surgiu de uma tendência do TikTok, que estava acontecendo no início de maio, que estava com uma abrangência até internacional. Vi vários profissionais participando, inclusive havia vídeos de pessoas fazendo como se estivessem no funeral das suas terapeutas. Decidi fazer com o viés do humor, com piadinhas de senso comum”.
“O conteúdo é totalmente humorístico, é um quadro de humor e assim foi feito. Inclusive isso estava sinalizado no meu vídeo. O primeiro comentário, que estava fixado, tinha essa sinalização, de que tudo que estava dito ali era humor e que nada tinha sentido literal”, explicou a profissional.
Yasmin contou à reportagem, segundo as informações da Folha de Vitória que, no início de maio, vários colegas de profissão e leigos elogiaram o vídeo, com comentários falando como ele era divertido. Inclusive, pacientes dela riram do conteúdo.
“Até porque se não fosse uma repercussão positiva, não faria nem sentido deixar o vídeo circular. E se lá no início o vídeo tivesse ganhado o sentido que está ganhando agora, eu teria apagado imediatamente, até para evitar toda essa confusão em que acabei envolvida. A repercussão negativa me surpreendeu, não exatamente pela questão em si, que está sendo colocada, porque acho que na internet realmente existe espaço para várias visões. O que mais me surpreendeu foram os muitos ataques pessoais”, lamentou.
Sobre um possível cancelamento que vem sofrendo, a psicóloga reafirma para Folha de Vitória que não esperava que um vídeo para uma rede social gerasse tantos questionamentos ao trabalho e ao profissionalismo dela.
“Isso eu não esperava, nesse teor e peso. Para mim não teria problema algum, no momento que alguém me sinalizasse que esse vídeo estava sendo um problema para esta pessoa, eu apagaria imediatamente, assim como fiz quando entendi que uma nova perspectiva sobre a publicação estava sendo criada”, continuou Yasmin Martins.
Para ela, toda a exposição, da forma como vem sendo conduzida, não é necessária, já que, se houve falha em termos de ética profissional, isso será resolvido pelo próprio CRP. Nas palavras dela, já foi formalizada a denúncia ao conselho de classe e ela lidará com isso tomando as medidas cabíveis.
“Essa exposição está sendo bem complicada emocionalmente para mim, da forma como as pessoas vêm se referindo. Enquanto ao meu trabalho, com seguidores e pacientes, tenho recebido muito carinho, até mesmo de outras colegas de profissão, que têm contato comigo e que conhecem meus posicionamentos. Nesse aspecto me sinto bem amparada, mas é lógico que tudo isso me afeta bastante”, finalizou.
E vocês, consideram que esse tipo de vídeo é uma material de humor ou apenas falta de ética?
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Com infomações de Folha de Vitória