Por Patrícia Ramirez
Esperar é algo que tira qualquer um do sério. Costumamos ser pouco benévolos com os atrasados. Mais pela sensação de perda de tempo do que porque o outro chega tarde. Também existem aqueles que sempre chegam em ponto, às vezes excessivamente. A pontualidade não é um traço de personalidade, mas sim um bom hábito que faz parte da ordem. É uma filosofia de vida. É falsa a ideia de que “por mais que eu me organize não consigo ser pontual”. Quem quer chegar na hora consegue.
A maioria dos impontuais habitualmente comenta que, por mais que tentem, nunca conseguem chegar a tempo. Mas costumam mencionar tudo o que aconteceu a partir da hora em que saíram pela porta de casa ou do escritório. Só então são tomados pela pressa, saem correndo, se estressam… E acha que isso é fazer tudo o que é possível. Inclusive procuram se reafirmar nos outros, perguntando: “Corremos muito, não foi?”. Sim, correram, mas quando já não havia solução. A pontualidade começa com o planejamento, não nos metros finais antes do compromisso.
As pessoas que chegam tarde sofrem consequências negativas. Uma delas é a perda de credibilidade. Quando alguém se atrasa uma vez, todos costumamos ser empáticos com o deslize, mas quando a pessoa se atrasa de forma reiterada, o resultado é que suas desculpas não são mais críveis, e suas promessas de mudança para a seguinte ocasião tampouco.
Chegar tarde projeta uma imagem negativa do retardatário. Impontualidade é sinônimo de desorganização, de não ter palavra, de ser pouco profissional. Ninguém quer fazer negócios com uma pessoa irresponsável que chega tarde para os seus compromissos.
A impontualidade é um motivo de estresse para quem chega tarde e para quem espera. Atrasar-se em um compromisso afeta o resultado, porque o aborrecimento que gera para quem espera não desaparece no instante em que o atrasado chega; ele costuma perdurar, e o que deveria ser um encontro produtivo ou divertido vira outra coisa.
Chegar tarde é o início de um círculo vicioso. Desorganiza você e quem lhe espera
Chegar tarde é o início de um círculo vicioso. Os impontuais acabam desorganizando sua agenda, seu tempo e o de seus acompanhantes. Essa é uma de suas piores consequências: o efeito-arrastão. Como todos já imaginam que alguém chegará tarde, todos acabam fazendo o mesmo. Começarão a atrasar sua chegada ao trabalho, à reunião ou ao jantar. A impontualidade é contagiosa.
Como agir com quem tem esse defeito? Dependerá de cada um. A primeira coisa é dizer aos atrasadinhos que você não gosta de esperar e lhes pedir que, por favor, avisem da próxima vez que forem demorar. Com o celular, todo mundo pode fazer uma ligação ou mandar uma mensagem, num sinal de consideração por quem espera.
Quando se trata de um impontual contumaz, não reforce seu comportamento esperando por ele. Não atrase a reunião, a aula ou o jantar. Se fizer isso, só fará com que o impontual continue a sê-lo, e que os convidados que foram educados e chegaram na hora se sintam desrespeitados.
A seguir, 10 conselhos para deixar de ser impontual.
1. Detecte em que você perde tempo, e limite isso. Escreva em sua agenda quanto demora para fazer cada atividade e equacione os seus planos para conseguir abarcar tudo. Ter horário de início e também de fim agilizará sua mente. Saber a que hora termina permitirá divagar menos e se centrar no assunto. Não volte a se enrolar, cumpra os horários.
2. Organize suas coisas. Muita gente impontual chega tarde por desorganização. Ao sair de casa, esquecem o celular, não encontram as chaves, não sabem onde deixaram a agenda e um longo etcétera. Tenha um lugar claro para guardar tudo o que for precisar na hora de sair, ou calcule previamente cinco minutos a mais para se arrumar.
3. Conte com uma margem de erro. Não estabeleça os tempos como se não existisse o trânsito ou pensando numa reunião perfeita. Deixe sempre uma margem de 15 minutos. Se afinal não houver nenhum imprevisto e você chegar antes, aproveite para revisar sua agenda, colocar as ideias em ordem, ou leve um livro e leia. É preferível chegar 10 minutos antes do que 10 minutos atrasado.
4. Não adie o momento de se levantar quando o alarme tocar. Um dos maiores prazeres para muita gente é desligar o despertador e continuar dormindo por cinco minutinhos a mais. Se você gosta de um cochilo a mais, deixe para o fim de semana, não para os dias em que outras pessoas dependem da sua presença. Ponha o despertador longe da cama, de forma a exigir que você saia do conforto da cama para desligá-lo. E não volte atrás. Inicie sua rotina. Vá direto ao banheiro, sirva o café e coloque suas pilhas.
5. Calcule de forma objetiva o tempo de cada tarefa. Não avalie o quanto gostaria de demorar, e sim o quanto realmente demora. Quanto tempo gasta para escolher a roupa, para tomar o café da manhã, para se maquiar? Quanto demora o trajeto do seu transporte, sua caminhada até a estação ou o ponto de ônibus, a fila, a compra da passagem, a descida da escada que o leva até a plataforma? Muita gente diz que seu trem ou ônibus leva só 10 minutos e sai de casa com os segundos justos, pensando que será teletransportada até lá e que, obviamente, seu meio de transporte estará à sua espera quando chegar. Nem sequer contam com os dois ou três minutos entre um trem e o seguinte. Se a esse cálculo irracional acrescentamos o de almoçar, tomar café, telefonemas, reuniões, responder e-mails… No final do dia, deixamos de incluir pelo menos duas horas em nossos cálculos.
6. Use relógio. E consulte-o. O celular substituiu o relógio de pulso, mas é mais fácil olhar a hora nele do que tirar o telefone do bolso ou da bolsa.
7. Obrigue-se a chegar 10 minutos antes a qualquer compromisso. Pelo menos até aprender a administrar o seu tempo. Quando tiver conseguido isso, você poderá se propor a chegar cinco minutos antes, e depois dois. Assim, nunca falhará. É preferível que você espere os outros do que ao contrário.
8. Planeje sua agenda com racionalidade. Se você satura sua agenda com muitas atividades e tempos impossíveis de cumprir, é normal que sempre chegue atrasado. Escreva nela o que é viável, com os horários que empregará para conseguir cumprir. E à margem, no mesmo dia, anote outros temas pendentes que não sejam nem urgentes nem importantes e que, se lhe sobrar tempo, você poderá atender.
9. Se for distraído, programe alarmes ou anote as coisas em sua agenda. A memória de trabalho, também conhecida como memória de curto prazo, tem limites. Se você abusar da sua capacidade de lembrança, esquecerá de coisas que precisará resolver fora do horário de expediente e que desorganizarão o que você havia planejado para esse momento.
10. Aprenda a dizer não. As pessoas muito solícitas e serviçais costumam ter problemas para dizer não aos pedidos de favores. Fogem do conflito e valorizam tanto a sua colaboração e ajuda que terminam por se sobrecarregar. Ter compromissos demais torna sua agenda mais lenta e propensa a atrasos. A pessoa que lhe pede um favor conta que talvez você não possa fazê-lo. Cumpra primeiro os seus compromissos, salvo exceções, e depois, se você decidir, dedique o tempo que sobra a atender os outros ou a si mesmo. Você tem o direito de administrar o seu tempo livre como bem desejar.
A impontualidade fala mal de você. Não é boa companheira nem no seu trabalho nem na sua vida pessoal. Fique atento.
TEXTO ORIGINAL DE EL PAÍS
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