Pai de três, avô e um profissional com um extenso currículo — doutor em pediatria, especialista em amamentação, além de autor de diversos livros —, o pediatra espanhol Carlos González esteve no Brasil para uma conversa sobre alguns dos temas que mais causam preocupação aos pais, como alimentação, amamentação, desfralde e sono.
Na ocasião, o pediatra deixou um recado precioso a pais e mães que são reféns de muitas culpas: “Passamos décadas escutando que as crianças devem ser estimuladas com músicas, brinquedos e conversas. Os pais de hoje em dia já chegam no consultório com um bebê de um mês querendo saber o que devem fazer para estimular o tato, o olfato.. Crianças não precisam de pais que fiquem falando, brincando, gesticulando ou cantando o tempo todo. Precisam de pais que abracem, mesmo que em silêncio, e os deem afeto. Estímulo demais acaba até sendo perturbador e uma poluição sonora para eles. Seus filhos vão crescer muito mais rápido do que você imagina. Não perca tempo se preocupando com coisas pequenas”.
O pediatra também falou sobre um assunto que deixa pais e mães de cabelos em pé, as birras que as crianças fazem quando não tem o que desejam. “É mito dizer que as crianças precisam aprender a tolerar suas frustrações. Nenhuma criança precisa aprender a controlar-se como se não estivesse frustrada. Não podemos ensinar a criança a fingir. É nossa obrigação dizer o que elas devem ou não fazer, e elas ficarão frustradas, sim. Mas nós é que devemos aprender a tolerar as frustrações delas. Não podemos esperar que façam tudo o que mandamos e ainda fiquem agradecidas, isso é impossível”, explica.
Sobre a tão polêmica cama compartilhada, o pediatra afirma: “Basicamente, um bebê pode dormir em um moisés ao lado da cama dos pais, na cama com os pais ou sozinho, no seu próprio quarto. Cada família tem sua maneira. O importante é que os pais tenham o direito de dormir da maneira que quiserem e que possam mudar essa maneira, mais tarde, se desejarem”. Mas também fez alguns alertas, principalmente quanto aos riscos de asfixia. “A Academia Americana de Pediatra alerta quanto ao uso de pelúcias, protetores de berço, cobertores e almofadas dentro dos berços”, diz.
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Destaques Psicologias do Brasil, com informações de Revista Crescer.
Foto destacada: Dragon Images/shutterstock.
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