Por Bruno Soalheiro
Seria ingenuidade pensarmos que em nossa vida não iremos nos deparar com situações nas quais teremos que, de alguma forma, dizer às pessoas que elas agiram de forma, digamos, inadequada. Pode ser em uma situação de trabalho, numa reunião de condôminos ou mesmo durante uma celebração entre amigos ou família. O fato é que algumas vezes devemos falar, não há outro jeito. Mas como fazê-lo sem criar animosidades?
Nunca é fácil sermos alvo de alguma crítica, e são raras as pessoas que sabem aceitá-las com maturidade e ponderação, assim como são raríssimas aquelas que sabem fazê-las sem ofender ou magoar.
Notem que não estou falando aqui do famigerado feedback, que é o ato de darmos ao outro a oportunidade verdadeira de conhecer o que pensamos a seu respeito em dada situação, e ponderarmos sobre mudanças adequadas, ajudando-o a melhorar seu desempenho. Falo da crítica pura, daqueles momentos em que não temos exatamente o que sugerir ou discutir, mas nos vemos impelidos a criticar.
A crítica pura costuma pecar por falta de ação, reconheço. Geralmente ela descreve o que “algo de ruim”, mas dificilmente cria um clima para que se discuta sobre o que “seria mais adequado”. A pessoa simplesmente aponta algo e assim fica. Por isso o feedback é bem mais eficaz.
Entretanto, em alguns momentos não há mesmo o que discutir, e queremos apenas fazer – para o bem comum- uma espécie de “observação” ao comportamento de outra pessoa que, de maneira às vezes bem óbvia até para ela mesma, não foi dos melhores.
E é aqui que gostaria de dar uma sugestão valiosa: Critique o comportamento, e não a pessoa! A diferença é brutal.
A forma como verbalizamos nossas opiniões tem muito a ver com a qualidade do que conseguimos em nossa vida, e procurar emitir opiniões claras e circunscritas sobre “eventos específicos” nos permite uma comunicação muito mais clara, objetiva, e principalmente, menos agressiva.
Frases que tendemos a dizer, como: Você é mal educado! Você é grosso demais! Você é isso… Você é aquilo… são pouquíssimo úteis pelo fato de resumirem toda a existência da pessoa a um comportamento específico seu. E é genérico demais, não define o evento.
Já criticar o comportamento significa algo como dizer: “Você ontem, naquele momento, em tal situação, se comportou desta e daquela forma desagradável!” Ou ainda: “Sua reação mediante o ocorrido foi tal, e não foi muito adequada!”
Percebam que isto é totalmente diferente de dizer: “Você é…”. Quando dizemos apenas “Você é…” não só irritamos a outra pessoa (que afirma claramente “não ser” aquilo), como também deixamos de clarificar para ela o real motivo de nossa observação. Isto não leva a nada, a não ser a conflitos.
Mas quando endereçamos claramente um “comportamento observável e circunscrito” fica difícil à própria pessoa negar o fato e entrar em defensiva. Pois além de evidenciarmos o ocorrido, não estamos criticando o que ela “é”, e sim o que ela “fez” em um dado momento de sua vida.
As pessoas agem por meio de comportamentos, e não através de “ser algo” simplesmente, mesmo porque, mudamos o que somos a cada instante de nossas vidas. Prestando um pouco de atenção você poderá perceber claramente o “comportamento específico” que não foi mais adequado em dado momento e pode dirigir suas observações a ele, e não à pessoa como um todo.
Eu sei, parece uma simples e boba questão de “palavras”! Mas faz uma diferença que você nem imagina. Experimente!
Bruno Soalheiro é Psicólogo, palestrante e consultor em desenvolvimento humano.
Fonte indicada: Portal da Psique
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