Cuidados paliativos: pensando no emocional x psicológico do paciente e seus familiares

O sofrimento suscita compaixão, isto é, empatia traduzida em ação humanizada e não somente uma exclamação anestesiadora de consciência: ” que pena” ou “que dó”, “coitado tão novo” ou “coitado tão velho e sofrendo tanto”. Já a indiferença é simplesmente um fato desumanizante que aumenta ainda mais a dor e o sofrimento. Sofrimento suscita respeito, o qual igualmente gera temor, medo porque se vê, como que num espelho, toda fragilidade, vulnerabilidade e mortalidade, dimensões da própria existência humana.

Durante a fase de vida nascemos, crescemos, em alguns casos reproduzimos… depois nos tornamos pacientes, esquecemos que por trás da internação temos uma história de vida para contar, com individualidade, segredos, decepções, realizações e algo mais… somos seres humanos e não mais um paciente ocupando o leito. Atuação psicológica com este paciente deve ser a mais sublime, pois a escuta, o atendimento é de fundamental importância.

“Eu costumo dizer que é uma troca de conhecimento e aprendizado, naquele momento a escuta é fantástica, quando criado um vínculo, a terapia fluem, o paciente fica muito a vontade, o trabalho com a família se torna sublime, para alguns casos e conflitos mais delicado” (Marta Batista, 2016).

Infelizmente, a nossa cultura não esta preparada para morrer e a perda do ente querido doe muito, deixando saudades e ao mesmo tempo um vazio, seus pertences, sua história de vida, sentimentos e algo mais… é importante que neste período de internamento algumas situações possam ser resolvidas, quando criado o vínculo terapêutico o emocional X psicológico para terminalidade de vida fluem, é possível resolver algumas questões e conflitos .

Para que o princípio possa nortear os atendimentos a relação com paciente e família deve ser construída com muito respeito e humanização para formar laços de confiança, tornando-se um vínculo estabelecido com o paciente e a família ambos sentirá segurança para viver o tempo que resta de vida juntos. Tendo como objetivo atender o paciente com respeito, acolhimento, escuta, comunicação, empatia e amor.

Lembrando sempre: ” Conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas ao tocar uma alma humana seja apenas outra alma humana”. Carl G. Jung






Psicóloga Clinica/Hospitalar Especialista em Neuropsicologia. Trabalha na profissão há mais de dez anos. Ministrou aulas em uma instituição de Ensino. Atualmente trabalha em dois hospitais e tem um consultório em Recife- PE , onde realiza atendimento aos sábados. Contato: [email protected]