Se você é pai ou mão, ou convive com pessoas com filhos pequenos, certamente já ouviu alguém repetir a velha máxima de que dar colo demais estraga a criança”. Embora esse pensamento ainda seja defendido por muitos, especialistam dizem o contrário: deem o máximo de colo, amor, carinho e cuidado para os bebês, eles precisam disso.
“Estamos sob o mito de que o colo mima. A primeira experiência que o bebê tem de ‘colo’ é o útero da mãe. Nele, o feto está o tempo todo com a pele em contato com a água, sempre se sentindo contornado. No parto, a criança sai desse quentinho e tem uma sensação de ‘queda’ e o que ele mais quer é ser acolhido imediatamente para retornar àquele sentimento de contorno”, explicou ao Extra a psicanalista e diretora do Instituto Gerar, Vera Iaconelli.
Segundo a especialista, é ao receber o colo que o bebê percebe que é desejado e amado pelos cuidadores.
“Se você deixa o bebê chorando para ver se ele “se acostuma”, a única coisa que ele vai se acostumar é a sofrer. Quando o bebê sofre uma experiência de desamparo, ele chora porque esse é o único recurso que tem. Se alguém atende a esse choro, mesmo que não tire o sofrimento dele, demonstra à criança que ela não estará sozinha na hora da dor”, afirmou Vera.
O contato da pele dos bebês com seus pais ajudam a estimular o sistema nervoso central da criança.
“Nos primeiros momentos de vida, o bebê sequer reconhece o limite do próprio corpo e será a partir do colo, do toque, que essa sensação se formará” , disse ainda a pediatra.
O colo é fundamental para amenizar as consequências do estresse tóxico, aquele gerado em situações extremas (como negligência crônica, abuso de substâncias psicoativas ou doença mental); apontou um
estudo desenvolvido pela Universidade de Harvard, nos Estados Unidos.
Ainda de acordo com o estudo, relacionamentos de apoio geram no corpo e na mente respostas mais saudáveis, pois quem recebe o carinho se sente mais seguro e tranquilo.
De 0 a 2 anos
Pegar efetivamente no colo, olhar, ouvir, falar, acariciar. Tudo isso ajuda a criança a se organizar física e psiquicamente
De 2 a 4 anos
Deve ser avaliado conforme a necessidade, mas o colo sempre deve ser dado em situações de tristeza e dor. Por outro lado, os pais precisam dar autonomia para a criança descobrir o mundo “sozinha”
De 4 a 10 anos
Não é mais necessário colocar no colo o tempo todo, mas é importante olhar, ouvir, conversar, abraçar, beijar e mostrar empatia
De 11 a 16 anos
Conversar é o mais importante. Com o entendimento melhor de mundo, a palavra tem mais efeito sobre o adolescente do que o contato físico
De 16 a 21 anos
Jovens podem ser mais avessos ao toque. Conversar por telefone e por mensagem de texto já causa grande efeito sobre o filho
Vida adulta
O distanciamento entre as pessoas pode fazer com que o toque volte a ser importante. Conversar, mesmo que por telefone, faz as pessoas se sentirem melhor.
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Destaques Psicologias do Brasil, com informações de Extra.
Foto destacada: Reprodução/Extra.
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