Em uma sociedade inclusiva presumimos aquela capaz de contemplar as diversas condições humanas, oferecendo a seus cidadãos, do mais comprometido, ao mais privilegiado condições e direitos de participarem de forma igualitária, com seus talentos para o bem comum. Seguindo esta linha deste raciocínio, de forma similar a inclusão de pessoas com necessidades especiais vem sendo defendida por força legal no âmbito escolar, buscando tornar plenos seus direitos e o seus lugares na sociedade.

É importante também que se diga que o adjetivo “inclusivo” é amplo e assim  abarcaria um contingente maior de pessoas, não necessariamente portadores de deficiências, mas que de alguma forma suscitam proteção neste processo.

Mas, seria a inclusão próxima à realidade? Ainda que necessária, há que se rever uma série de barreiras, iniciando pelas políticas e práticas pedagógicas e os processos de avaliação.  Antes de tudo, é necessário que não se perca de vistas questões intrínsecas ao desenvolvimento humano, uma vez que o processo de aprendizagem não se dá de forma homogênea para todos os alunos, cada estudante traz uma forma peculiar e própria de aprender.

Não seria o momento de trazerermos a tona discussões teóricas /práticas, investindo na formação profissional do professor, bem como a utilização de mecanismos que envolvam toda comunidade escolar, visando melhorias no processo ensino-aprendizagem. Com ênfase na qualidade do conhecimento, na criatividade, na cooperação e na participação?

Ao reconhecermos as dificuldades existentes nos sistemas de ensino, temos que admitir, que há por si práticas discriminatórias e que não se mostram eficientes para atender de forma eficaz a grande maioria dos estudantes tenham eles ou não necessidades especiais. É patente na atualidade e forma expressiva a existência de um contingente cada vez maior de analfabetos funcionais.

A alternativa para a superação das deficiências no modelo educacional vigente, objetivando a educação inclusiva, seria abrir um espaço central para debates junto à sociedade, discussões sobre o papel da escola, sua função institucional, para a superação da lógica da exclusão em seu amplo espectro. Ampliando as mudanças e as reformulações pedagógicas tão necessárias e urgentes para enfrentamento do desafio da inclusão.

Acredito que somente desta forma e neste contexto se inserirá a valorização da educação. Referidas questões trazem á memória uma célebre frase dita pelo sempre genial Paulo Freire (1996:131) “a educação é uma forma de intervenção no mundo”. Assim sendo urge elaboração de políticas públicas que visem à inclusão social, propiciando maior conscientização dos direitos para todos os cidadãos no amplo aspecto da valorização do ser humano.

Laila Ali Wahab Morais

Advogada, psicóloga clínica e escolar

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