Aos 104 anos, dona Duzinha finalmente conseguir realizar um sonho antigo: estudar e ser alfabetizada. Carregando agora outro sonho, o de ler a Bíblia Sagrada, ela participa de um projeto de alfabetização de adultos e idosos, que tem por objetivo reduzir a taxa de analfabetismo em Mato Grosso. Graças aos estudos, Duzinha hoje já escreve o próprio nome.
Duzinha nasceu Zumira dos Reis Rosa, mas com o tempo, ganhou o outro apelido e tirou os documentos com esse nome. Natural de Minas Gerais, ela nunca pôde estudar. Quando criança, morava na roça, em Minas Gerais, e o pai nunca deixou – só os homens podiam freqüentar a escola. Depois de casada, também não teve a oportunidade. “Até que tentei, mas meu marido ficou doente e acabei desistindo. O povo ia dizer que eu abandonei meu marido doente. Achei melhor ficar com ele e não estudei mais”, lembra.
Há 40 anos, ela se mudou para Mato Grosso, e vive atualmente em Araputanga (345km de Cuiabá). Aposentada, tem muitos netos e bisnetos e uma das netas, que mora na parte dos fundos da casa, é quem cuida dela. Ela ainda prepara suas próprias refeições e faz alguns serviços domésticos.
Como mudou de nome, dona Duzinha perdeu o contato com os familiares de Minas Gerais. Em Mato Grosso, a professora Sandra Regina é a responsável por sua alfabetização, e foi quem a incentivou a se inscrever no projeto Muxirum. Ela conta que conheceu a aposentada durante um culto na igreja que as duas frequentavam.
“Quando estava montando a turma de alfabetização, a procurei para saber se não tinha interesse em estudar e ela aceitou na hora”, lembra. “Ela quer escrever seu nome em toda aula, por isso, faço um exercício somente para ela. Outro dia, durante a aula, estava muito frio e as outras alunas estavam reclamando e queriam ir embora mais cedo. Mas ela não aceitou acabar a aula. Disse ter ido para estudar e que iria ficar até o final”, completa.
O ‘Muxirum’ é um projeto de alfabetização de adultos e idosos, que tem por objetivo reduzir a taxa de analfabetismo em Mato Grosso. O curso tem duração de 270 horas, distribuídas em seis meses, com carga horária mínima de 10 horas semanais.
A ação é desenvolvida em parceria com as prefeituras municipais, igrejas, sindicatos, clubes de serviços, sindicatos rurais e outros segmentos organizados da sociedade mato-grossense.
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Destaques Psicologias do Brasil, com informações de JM Notícia.
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