Por Adriane Adamo

Certo dia um amigo me falava sobre como é possível que a água se mantenha líquida a uma temperatura de zero grau, desde que não sofra nenhum sinal de agitação, pois o menor movimento pode congelar a água instantaneamente.

A afetividade de algumas pessoas é como esta água, pronta pra congelar a qualquer sinal de agitação. Isso acontece quando um indivíduo permanece com uma afetividade de criança dentro de um corpo, cabeça e vida de adulto. A pessoa trabalha, tem muitos amigos, vive muito bem socialmente mas está o tempo todo se protegendo dos balanços da vida, porque não tem a menor condição de enfrentar os problemas cotidianos.

Crescer emocionalmente pode ser uma das coisas mais difíceis para alguns. No entanto, tão necessário quanto ser adulto é saber responder as contrariedades da vida ou ao menos está disposto a enfrentá-las. Mas isso só é possível quando alguém consegue detectar sua limitação e decide avançar no campo das emoções.

Considere um indivíduo de 30, 45, 50 ou 60 anos que constrói uma família, tem boa índole, fez grandes amizades, mas tem a afetividade de uma criança de seis anos. Um verdadeiro Peter Pan do mundo real. Como essa pessoa vai conseguir resolver os problemas de relacionamentos, crises, perdas e ganhos, rejeições e críticas que a vida lhe trouxer? Não vai. Ao contrário, ao sentir a chegada de qualquer agitação, vai buscar sempre a saída mais fácil, se fazer de vítima, culpar os outros ou fugir. Aliás fugir é próprio de pessoas imaturas emocionalmente.

Se tem problema no trabalho, então, ela arranja uma desculpa para mudar de departamento. Se surge um problema no grupo, bem devagar, ela começa a procurar outros grupos até achar algum que não cobre dela uma atitude real e madura sobre a vida. Quando o problema é na família,  já que não pode fugir, vive como se nada acontecesse, para não ter que enfrentar as situações tensas que a vida familiar exige.

A busca de um lugar aparentemente seguro e tranqüilo é o ofício da pessoa emocionalmente fraca. Mas como esse lugar não existe, ela permanece como nômade das afeições. Sempre buscando respostas a perguntas que nem mesmo fez e fugindo sem saber que foge de si mesmo. Criando um mundo que não existe, para seu próprio conforto emocional.

Então só resta dois caminhos para esse tipo de pessoa: enfrentar cada situação mesmo que isso seja extremamente difícil, mesmo sofrendo, chorando, caindo, recomeçando ou continuar fugindo, fugindo, fugindo…tentando achar a terra do nunca. Boa sorte!

Psicologias do Brasil

Informações e dicas sobre Psicologia nos seus vários campos de atuação.

Recent Posts

Para a psicologia, o que significa ter muitas roupas que você não usa?

Por que temos tanta dificuldade em nos livrar de roupas que não usamos? Segundo especialistas,…

4 horas ago

Mãe recorre à Justiça para deixar de sustentar filha de 22 anos que não estuda e nem trabalha

Segundo a mãe, a ação judicial foi a única forma de estimular a filha a…

6 horas ago

Obra-prima da animação que venceu o Oscar está na Netflix e você precisa assistir

Uma pequena joia do cinema que encanta os olhos e aquece os corações.

22 horas ago

O filme da Netflix que arranca lágrimas e suspiros e te faz ter fé na humanidade

Uma história emocionante sobre família, sobrevivência e os laços inesperados que podem transformar vidas.

24 horas ago

Dicas para controlar os gastos e economizar nas compras

Você ama comprar roupas, mas precisa ter um controle melhor sobre as suas aquisições? Veja…

2 dias ago

Minissérie lindíssima da Netflix com episódios de 30 minutos vai te marcar para sempre

Qualquer um que tenha visto esta minissérie profundamente tocante da Netflix vai concordar que esta…

2 dias ago