Quando Charles Darwin embarcou, em dezembro de 1831, no navio Beagle, repleto do desejo de estudar, seria difícil imaginar que ao retornar, carregasse nas malas uma nova revolução: todos os seres vivos descendem de formas ancestrais de vida.
Em fevereiro de 1832, o Beagle aportou na Bahia, desde então surgiram as descobertas que encantaram o jovem cientista. Mas Darwin escreveu a sua decepção na passagem pelo Brasil, e que nunca esqueceria a crueldade que viu contra os escravos.
Na teoria evolucionista de Darwin a humanidade não está no centro da evolução, contudo faz parte dela como qualquer outra espécie. Ele afirmava que o ambiente teve influência nas espécies, em que os mais fortes foram sobrevivendo e evoluindo, até tornarem-se o que são hoje. Essa teoria indica que os humanos não descendem dos macacos, mas de ancestrais que deram origem a raça humana e aos demais primatas.
Por outro lado, a teoria criacionista diz que tudo o que existe no mundo seria criação divina. O livro adotado pelos criacionistas é a bíblia, que narra no Gênesis a origem do universo, da terra e de todos os seres vivos que nela habitam a partir da ação de Deus.
Ademais, as religiões não monoteístas têm suas versões do criacionismo, conforme os mitos de cada povo. Por exemplo, os gregos criam que os homens e a terra eram obras dos titãs, tal como a mitologia chinesa descreve a criação do mundo através da deusa Nu Wa.
No século XX, os fundamentalistas começaram a defender que a única verdade é a criação sobrenatural descrita na bíblia, refutando o evolucionismo. Eles são atuantes nos EUA e no Brasil, onde tentam impor o ensino dessa teoria nas escolas.
Existe uma anedota, de que cinco judeus mudaram o mundo. O pioneiro foi Moisés quando disse: Tudo é a lei, em seguida veio Jesus e disse: Tudo é o amor, Marx afirmou: Tudo é o capital, Freud analisou: Tudo é a libido e Einstein definiu: Tudo é relativo.
Todavia foi Freud que entendeu que a humanidade sofreu três feridas narcísicas: a primeira foi quando Copérnico mostrou que a terra não era o centro do universo, a segunda quando Darwin deu luzes ao desenvolvimento das espécies, indicando que a origem do homem é a partir do reino animal.
A terceira foi a descoberta do próprio Freud de que a consciência não é o centro da razão humana, mas tem um efeito infinito no inconsciente dos quais ela mesma não percebe. Porém, a igreja levou 500 anos para questionar a segunda ferida narcísica: a teoria evolucionista. Talvez leve mais centenas de anos para dizer que a consciência não é o núcleo da razão humana.
Aliás, Freud foi que deu o golpe final, que sentimos ainda hoje, de que não somos senhores de nós mesmos, pois a consciência é a menor partícula de nossa vida psíquica. Assim não há porque refutar o evolucionismo, bem como negar a importância antológica do criacionismo. É bom pensar que nada e nem ninguém é eterno, já que temos prazo definido de estadia na terra, uma ferida narcísica que nunca irá cicatrizar.
Entretanto, a mesma estupidez daqueles que receberam Darwin quando esteve no Brasil está se repetindo, em nossos tempos sombrios: na tolice dos terraplanistas, na sandice dos antivacinas, no delírio dos que não acreditam que o homem foi à lua, na asnice dos que negam as teorias de Marx, Freud, Einstein e na ilusão dos que creem que só eles são herdeiros de Moisés e os únicos que serão salvos por Jesus.
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