Por Soraya Rodrigues Aragão
O que é o Transtorno do Pânico?
O Transtorno do Pânico está classificado entre os Transtornos de Ansiedade. Sendo um tipo especifico de ansiedade, este apresenta em seu repertorio comportamental respostas de luta e fuga diante de uma ameaça real ou imaginária, bem como sintomatologia bastante característica.
Todos apresentamos um certo grau de ansiedade considerada normal, e esta nos motiva na execução das atividades diárias e tem fator protetivo. Necessitamos deste “estado de alerta” para transpormos desafios e isto é saudável. No entanto, quando a ansiedade é exacerbada, caracteriza-se como uma patologia, visto que o organismo passa a um constante “estado de alerta” sendo muito prejudicial, pois dificulta a vida do individuo.
O que é um ataque de pânico?
Um ataque ou crise de pânico se caracteriza por um desequilíbrio ou alteração neuroquímica no cérebro de alguns neurotransmissores como a serotonina e a noradrenalina. No caso de um ataque de pânico, esta descarga de adrenalina prepara o organismo para a luta ou fuga sem que haja uma ameaça específica, ou seja, sem que exista uma ameaça real, se caracterizando por um estado agudo e extremo de medo irracional, em um curto período de tempo em que atinge o ápice de extrema ansiedade entre 15 a 20 minutos.
Esta descarga neurovegetativa é acompanhada de muito sofrimento físico e emocional. Um ataque de pânico, portanto, deverá apresentar pelo menos quatro sintomas ansiosos simultaneamente. Vale a pena corroborar que a característica principal de uma crise de pânico é um medo exacerbado, irracional e difuso, sem causa aparente, portanto onde não são encontrados deflagradores ambientais que justifiquem naquele momento o desencadeamento dos sintomas que serão esclarecidos a seguir.
Sintomas do Transtorno do Pânico:
No transtorno do pânico não existe um “gatilho” aparente ou fatores que possam desencadear uma crise, ou seja, a pessoa está tranquila, desempenhando suas atividades cotidianas, em atividades de lazer ou até mesmo dormindo, quando “de repente”, “do nada” emergem sintomas de:
Falta de ar, tonturas, tremores, visão turva, náuseas, suores e calafrios, boca seca, ondas de calor, formigamento nas extremidades (mãos e pés), sensação de desmaio, dores de cabeça, agitação, taquicardia (palpitações), sensação de morte iminente, medo de enlouquecer, desrealização e despersonalização.
Por apresentar sintomas neurovegetativos de intensa taquicardia seguido de falta de ar ou sensação de sufocamento, a pessoa pensa que está tendo um enfarto cardíaco e que vai morrer, sendo muito comum a procura por emergência, pronto-socorro ou ambulância por queixa cardíaca ou neurológica.
Vale a pena ressaltar que um episódio isolado de crise de pânico não fecha um diagnostico de transtorno do pânico.
Qualquer pessoa pode ter uma crise isolada em situações de extremo estresse. Para que seja diagnosticado o transtorno, as crises tem que ter uma frequência e recorrência em um determinado espaço de período e tempo. Este quadro da frequência das crises é personalizado, ou seja, varia de pessoa para pessoa. Alguns pacientes podem sofrer 3 ataques em um dia; outros pacientes, 1 ataque em 1 semana, por exemplo.