Entender os conflitos, evitar os confortos.

Os conflitos ocorrem entre familiares, amigos e colegas por insatisfações de várias origens: divergências, competições, antagonismos, discórdias, etc, já que nem todas as relações são harmoniosas. Mas os conflitos são positivos na medida que cada um defenda o seu ponto de vista, onde as relações não são destruídas e existe a oportunidade de aprendizado.

Na sociedade os conflitos são ampliados, no qual as tensões sociais e psicológicas envolvem pessoas ou grupos com interesses contraditórios de ordem ideológica, cultural, religiosa, econômica e política. Porém, se os conflitos forem bem conduzidos são úteis nas diversas instâncias, visto que estimulam a chegada de ideias e estratégias.

Enquanto os conflitos buscam convencer, os confrontos procuram vencer.  Torna-se uma batalha de rivais, no qual ganham os mais fortes. Nesses casos, as pessoas querem impor sem debater, porque não há respeito pelos diferentes, o que conta é a força sem considerar os argumentos dos outros. Algumas situações de conflitos podem confundir as pessoas ou grupos que não estão preparados, pois trata-se de um fenômeno subjetivo, mas que sãos possíveis de soluções. Contudo os confrontos são disputas acirradas de grupos distintos, que usam todas as “armas” para tentar derrotar os adversários sem possibilidades de acordos.

As pessoas com vivências de conflitos mal resolvidos alimentam angústias e não conseguem controlar a sua força, sem provocar e atacar, despejando sobre os outros a sua fúria. O líder sul-africano Nelson Mandela, ensinou: “Devemos promover a coragem onde há medo, promover o acordo onde existe conflito, e inspirar esperança onde há desespero”.

Viver em paz no meio de conflitos é uma “arte complexa”, onde o desafio é conquistar condições para mantermos o equilíbrio emocional, e viver os conflitos não como ameaças, mas sim como momentos de evolução e abertura ao novo. Eles são problemas a serem resolvidos para transformar as divergências em algo construtivo através da serenidade e da tolerância.

Assim devemos evitar os confrontos, entender os conflitos que fazem parte da vida. Muitas vezes são eles que nos empurram para sair da zona de conforto, que nos ajudam achar forças que ignorávamos em nós, que foi percebido por Sidarta Gautama, o Buda: “O conflito não é entre o bem e o mal, mas entre o conhecimento e a ignorância”.






Jackson César Buonocore Sociólogo e Psicanalista