Muitos dizem que as obrigações predizem o comportamento e por essa razão não deveríamos agradecer ou considerar alguém de sorte por ter apoio nas responsabilidades em comum. Sou adepta do elogio sincero e não gosto da palavra obrigação, apesar de saber que todos nós desenvolvemos nossos papéis sociais, seja de pai, mãe, filhos, marido, mulher ou outros tantos ao longo da vida.
O dever de cuidado é digno de nossa espécie, desde ancestralidade, e talvez por causa dele tenhamos ainda vida e descendências tão numerosas. Aprendemos, evoluímos e nos aperfeiçoamos ao longo dos anos. Sim, em um lar todos temos direitos e deveres em prol da harmonia doméstica. Então, independente de acreditar ser responsabilidade ou obrigação da co-habitação a divisão de tarefas, ainda assim, um elogio cai bem se quiser reforço de um comportamento desejável.
Longe de querer polemizar, acredito que de uma forma geral e ampla podemos ser adeptos do elogio, gentileza, gratidão de quem cuida de nós, da casa, dos filhos.
O carinho e cuidado são imprescindíveis para as relações humanas duradouras. Agradecer a mãe e ser grato por ela lhe dar a vida pode ser perpetuado. Ser igualmente grato ao pai, que lhe acalentou e aconselhou idem. Então, por que a mãe não pode agradecer o pai por ter feito bem algum afazer doméstico ou vice-versa? Para que economizar nas palavras que de alguma forma reproduzem afeto?
Palavras de gratidão são bem vindas e harmonizam um lar, então, esqueçamos a frase: você não faz nada mais do que sua obrigação! Obrigação no dicionário vem do ato de obrigar; imposição ou vínculo legítimo que sujeita a vontade, exigindo dela que faça ou deixe de fazer alguma coisa; necessidade moral de praticar ou não certos atos.
Pensar que o outro não faz nada além de sua obrigação é de alguma forma enfaixar o convívio, sendo que podemos torná-lo sempre mais harmonioso e menos pesado, já que o dia a dia já nos consome muitas energias.
Se pudermos tornar essas energias mais leves, prazerosas e menos burocráticas e automáticas, por que não?