Nos acontecimentos do dia a dia, por vezes achamos que esses não interferem em nada, mas podemos dizer que eles se relacionam com um todo e se complementam.

Consideramos que o todo sejam as partes interrelacionadas, ou seja, não havendo uma parte que não esteja relacionada e focalizada no aqui e agora e no seu respectivo resíduo do passado.

Pensando dessa forma…

Em terapia onde o cliente e terapeuta comunicam essa perspectiva são trabalhadas a experimentação desses acontecimentos e eventos. Com a ajuda da terapia o cliente perceberá essas partes que formam o todo e a visão se ampliará ao desvelar quem se é. A angústia vem do que é velado, do que é escondido.

Na terapia onde a expressão de observações, impressões, sentimentos, experiências são relevantes. O compartilhar perspectivas, modela um diálogo. É nesse contato que algo acontece entre pessoas, na interação entre elas enriquecerá o processo terapêutico aumentando a capacidade de se olhar por novas perspectivas o todo. É nesse encontro que o cliente busca o ser e ao se buscar e ser verdadeiramente quem se é levará para a vida essa identidade. A relação cresce através do contato.

O Diálogo centra-se em experienciar a pessoa como ela se apresenta, buscando o “verdadeiro self”, pelo acolhimento, aceitação e responsabilidade. Experienciar a diferença entre “o que eu deveria fazer” e “o que eu quero fazer” é a tomada de consciência que produz uma mudança natural.

O self é formado por essas diferentes partes que competem entre si, favorece a tomada de consciência das polaridades, partes que são opostas e complementares, pois fazem parte do todo, quando essas diferenças são aceitas e integradas trabalhadas criativamente no crescimento pessoal damos voz ao self, mas esse equilíbrio e a nova forma de se apresentar para o mundo pode ser dolorido, pois é diferente e único, seguir o que está no mundo é mais fácil do que descobrir qual é a sua própria forma e ao se relacionar mesmo sendo diferente é de uma absoluta profundidade e é na autonomia autêntica em vir a ser quem se é, ou seja, um ser integrado às partes que forma a sua totalidade é libertador, pois ao se encontrar na existência como ser no mundo com os acontecimentos que se tornam cada vez mais fáceis de serem enfrentados, sem jogar contra a existência e esconder quem é, afirma-se a vontade e ao ir adiante se fortalece.

Esse processo é uma perda daquilo que não serve mais, deixando para trás as camadas que velam a origem da pessoa e quanto mais forte forem às camadas que encobrem a pessoa mais elas estão longe do Self, mas a possibilidade de mudança é receber e ofertar o melhor de si.

Como a escritora Lya Luft disse uma vez: “A vida é feita de ciclos, começos e recomeços. Mudanças e transformações. E para sermos felizes precisamos nos transformar e nos recriar. Viver é recriar-se”.

Maria Fernanda Carvalho

Psicóloga Clínica. CRP: 05/49129 Ênfase: Existencialismo. Participou de seminários, congressos, apresentou projeto de cunho científico sobre a relação terapêutica e apresentou a clínica como obra de arte uma metáfora baseada nos temas da filosofia de Nietzsche, uma contribuição para a clínica.

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