Esses são os tipos de colegas de trabalho de quem as pessoas mais reclamam na terapia

Por Brittany Wong

Nenhum cargo ou ocupação é o mesmo, mas colegas de trabalho difíceis tendem a ser incrivelmente parecidos. Aquele comportamento que dá vontade de revirar os olhos (fofoca, detalhismo excessivo) talvez não mereça uma reclamação com o RH, mas atrapalha o rendimento e deixa todo mundo irritado.

Abaixo, terapeutas americanos revelam os tipos de colegas que geram mais reclamações e dão dicas de como lidar com cada um deles.

O reclamão

Todo mundo odeia a temperatura do escritório, mas o reclamão parece ter um prazer especial em chiar. Se você precisa calar a boca deles para voltar a trabalhar, a terapeuta Amanda Stemen, baseada em Los Angeles, sugere oferecer soluções para os problemas que eles levantam. Se os problemas forem legítimos e puderem ser resolvidos, com sorte você nunca mais será incomodado por causa deles.

Por outro lado, se as questões não forem legítimas, “o colega negativo vai parar de reclamar quando perceber que você resolve problemas e não costuma dar atenção a esse tipo de comportamento”, disse Stemen ao The Huffington Post. “Se o clima negativo continuar, lembro meus clientes de que eles sempre podem fugir, dizendo: ‘Desculpe, mas preciso voltar pro meu trabalho’.”

O superior incompetente

Quando esse tipo de colega lidera as reuniões trimestrais da sua empresa, você fica observando, chocado: “Como essa pessoa conseguiu essa função se tem tantas outras que merecem mais?” Questões envolvendo superiores pouco qualificados estão entre as reclamações mais comuns ouvidas pela terapeuta e coach Kate Snowise.

“É aquela pessoa que passa a maior parte do tempo mantendo a aparência de que sabe o que está fazendo”, diz Snowise. “Ela fica mexendo papéis e inventando histórias, mas muitas delas têm o talento de parecer importantes.”

O conselho? Respeite a pessoa, mas procure maneiras eficazes de driblá-las.

“Pergunte-se a si mesmo: existe alguma outra pessoa que você poderia usar como mentor informal? Ou será que alguém pode te ajudar a navegar essas frustrações e preocupações?”, afirma Snowise. “Se isso não for uma possibilidade, você pode sempre esperar. O superior incompetente normalmente entra em combustão instantânea e, na minha experiência, acaba saindo da empresa ou é colocado de lado.”
O fofoqueiro incansável

Você sempre pode contar com ele para estar a par das atividades extracurriculares de todo mundo: quem ficou com quem, os posts de Instagram embebidos em álcool daquele funcionário novo. A psicoterapeuta da Califórnia Tina Tessina recomenda colocar esse colega numa espécie de “castigo adulto”.

“Basicamente, responda de maneira educada e curta. Procure não se envolver”, diz ela. “Se a pessoa vem até sua mesa para fofocar, diga: ‘Desculpe, tenho um prazo a cumprir’. E continue trabalhando. Você não precisa ser amigo de todo mundo no escritório.”
O microgestor

São 20h45 do sábado e você recebe um email de trabalho do seu chefe, quando a questão poderia esperar até segunda-feira de manhã. O comportamento controlador não para por aí – ele está o tempo todo pedido notícias do seu projeto e quer ser copiado em todos os emails.

Esse comportamento inevitavelmente cria um clima de desconfiança e afeta negativamente o moral e a produtividade da equipe, diz Alena Gerst, psicoterapeuta baseada em Nova York.

“Muitas vezes os microgestores mostram falta de confiança, mas em algumas ocasiões eles nem sequer percebem que estão agindo dessa maneira”, afirma Gerst.

A melhor maneira de lidar com esse tipo de pessoa é demonstrar sua competência. Afinal de contas, você teve motivos para ser contratado ou promovido.

“Não deixe que seu supervisor faça gato e sapato de você. Mostre que você é preciso e confiável, e lembre-os disso verbalmente se for necessário. Assim eles darão o espaço para você fazer seu trabalho”, afirmou ela.
O comunicador brusco

Esse colega tem o dom de mandar emails extremamente diretos (às vezes em LETRAS MAIÚSCULAS para salientar a urgência de seus pedidos) e geralmente se comunicam de maneiras que magoam ou incomodam os outros.

A terapeuta Snowise recomenda conversar com eles pessoalmente sempre que possível.

“Email, mensagens de texto e chats no computador dão muita margem a más interpretações, e muita gente deixa de fora as gentilezas de uma conversa normal”, disse ela. “Se você sabe que está falando com um comunicador brusco, prefira as interações cara-a-cara ou pelo telefone.”
O folgado

Se desse para deixar reviews das pessoas, esse seria o seu comentário sobre o folgado do escritório: “Dou zero estrelas!” Reclamações sobre colegas folgados estão entre as mais comuns e persistentes, diz Jose Sandoval, psicólogo de Miami. Infelizmente, o problema muitas vezes também pode ser atribuído a quem está reclamando.

“Muitos clientes reclamam, mas eles próprios se auto-sabotam fazendo coisas que deveriam ser da responsabilidade dos outros”, afirmou Sandoval. “Tento ajudar na comunicação assertiva e recomendo que as pessoas busquem solução no nível administrativo. Assim, responsabilidades específicas podem ser delegadas.”
O ladrão de ideias

Esse colega sutilmente – ou não tão sutilmente assim – leva o crédito pelo seu trabalho e muitas vezes pede sua ajuda, mas nunca retribui na mesma medida. O conselho de Tessina para lidar com esse tipo de comportamento? Parar de ser tão voluntarioso.

“A menos que a pessoa seja sua chefe, diga: ‘Sinto muito, estou ocupado demais agora’, ou ‘Faço isso se você fizer aquilo para mim’. Aí, espere até que eles cumpram sua parte do trato antes de começar a fazer o que te pediram”, afirmou ela. “E, se levarem o crédito por algo de sua autoria, descreva tudo o que fez num email antes de passar o trabalho para o colega. Assim, você terá provas de que as ideias são suas. Isso funciona até mesmo com chefes.”

Imagem de capa: Shutterstock/gpointstudio

TEXTO ORIGINAL DE BRASILPOST






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