No último final de semana, uma torcida formada por estudantes de medicina da Universidade de Iguaçu (UNIG) entoou um grito de guerra com preconceito de classe durante o Intermed (Jogos Universitários de Medicina RJ-ES). “Eu sou playboy, não tenho culpa se seu pai é motoboy”, disseram os estudantes.
Diante da repercussão negativa do caso, a prefeitura de Vassouras (RJ), onde o evento foi realizado, afirmou que baniu os estudantes da Unig (Universidade Iguaçu) e aplicou uma multa à instituição de ensino do campus de Itaperuna (RJ).
“Essa faculdade não participa mais de jogos aqui na nossa cidade. Os estudantes são bem-vindos aqui, mas têm que ter respeito, principalmente respeito com o ser humano”, afirmou o prefeito de Vassouras, Severino Dias (DEM), em publicação nas redes sociais.
APOROFOBIA
Torcida de estudantes de medicina da Universidade Iguaçu (UNIG) nos Jogos Universitários de Medicina entoa grito de guerra com preconceito de classe: “Eu sou playboy, não tenho culpa se seu pai é motoboy”, foi entoado neste último final de semana, em Vassouras (RJ). pic.twitter.com/Lc1JeAOuzI— O A da Mídia 🚩📚🎬 (@oadamidia) October 11, 2022
O valor da multa aplicada à universidade não foi divulgado, no entanto o prefeito informou que o dinheiro será utilizado na compra de uma moto, que será sorteada entre os motoboys de Vassouras.
O prefeito ainda classificou o “grito de guerra” preconceituoso como um “ato explícito de preconceito e desrespeito a uma classe de trabalhadores digna e essencial” e frisou do papel dos motoboys para o funcionamento do país durante a pandemia de coronavírus.
“Acredito que o esporte une pessoas, raças, credos e classes. Mas tudo que ouvimos foi o contrário disto”, disse.
Em nota, a Universidade de Iguaçu afirmou que repudia veementemente qualquer tipo de discriminação, seja por classe social ou condição financeira, e disse “lamentar profundamente o episódio”.
“Não compactuamos com nenhum tipo de repressão ou desrespeito à raça, gênero ou classe social. A ação de alguns poucos alunos não representa o pensamento dos demais. Infelizmente não temos controle sobre cada torcedor, porém todas as medidas necessárias para que isso não se repita foram tomadas”, escreveu o diretório acadêmico Dr. Renam Catharina Tinoco (DARCT), do curso de medicina da Unig.
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Destaques Psicologias do Brasil, com informações do UOL.
Fotos: Reprodução.