Etarismo é crime: os idosos são os que mais sofrem com esse preconceito

Jackson Buonocore
Sociólogo, psicanalista e escritor
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O etarismo é o preconceito contra as pessoas com base na idade. Essa discriminação atinge grupos de indivíduos de diferentes idades, mas é comum em relação aos idosos.

Assim, o etarismo se intensifica na vida das pessoas à medida que elas envelhecem. E os idosos são os que mais sofrem com esse tipo de aversão, que se manifesta na sociedade brasileira.

O envelhecimento é um processo existencial inexorável. Contudo, o culto à juventude, a imposição de padrões de beleza, o desigual acesso aos serviços de saúde e os mitos sobre a velhice impactam negativamente na senioridade de homens e mulheres.

Porém, geralmente o etarismo é silencioso e colabora para segregar a terceira idade. Ele ocorre no âmbito familiar, educacional, profissional e de saúde por meio da violência psíquica, física e verbal, causando graves sequelas nas pessoas.

Segundo a OMS, um a cada seis idosos já sofreu alguma agressão, sendo o etarismo uma delas. No entanto, para a nossa legislação, o etarismo é crime, porque se constitui uma forma de negligenciar, oprimir e humilhar as pessoas com base na idade.

Além de punir tais práticas, o Estado precisa voltar sua atenção às pautas sociais, econômicas e culturais que melhoram a vida da população idosa, executando políticas públicas que garantam sua dignidade e direitos.

Portanto, devemos denunciar aqueles que praticam o etarismo nas mídias sociais e no mundo real. Aliás, temos a responsabilidade de agir de modo respeitoso e sem preconceitos com a idade das pessoas, relembrando que é inevitável envelhecer.






Jackson César Buonocore Sociólogo e Psicanalista