Muitas coisas não dependem somente de nós. Vivemos em sociedade, em núcleos familiares, sociais, entre outros. Algumas atividades precisaremos fazer com a ajuda de alguém, existem lugares a que desejaremos ir acompanhados, há momentos que pedem companhia. Além disso, sempre tentamos alertar as pessoas que amamos sobre as responsabilidades que são delas.
Tomemos, como exemplo, os filhos, que precisam aprender a ser responsáveis e a correr atrás de seus sonhos. A gente quer que eles assumam tarefas, como lavar a louça, ajudar na arrumação do quarto, estudar, comer direito, dormir o suficiente. No entanto, por mais que os pais deem o exemplo, conversem e demonstrem a importância daquilo, o filho terá que agir por si próprio. Os exemplos vêm de fora, mas a vontade vem de dentro de cada um.
Em relacionamentos amorosos é semelhante. Enquanto a relação se desenvolve, vamos conversando e reajustando os encontros e desencontros entre nossas expectativas e a realidade que o outro nos devolve. Podemos ser fiéis, carinhosos, atenciosos, mas isso nunca será garantia de que a reciprocidade alcançará o parceiro. Por mais que a gente peça, insista, force, o outro só corresponderá de acordo com o que ele possui em seu coração. Queríamos que o retorno fosse na mesma medida, mas não dependerá de nós.
É lógico que não podemos negligenciar, já de início, a ajuda aos nossos queridos nesse sentido. Devemos tentar alertar sobre a necessidade de se lutar pelo que se quer, sobre comportamentos que possam estar os prejudicando em algum setor de suas vidas, sobre a importância de sair um pouco de si mesmo e enxergar as necessidades dos outros. Entretanto, por mais que orientemos e chamemos o outro para a realidade, a cartada final sempre será dele.
Portanto, tentar convencer é saudável, mas insistir com quem continua agindo como bem quer, sem pensar em mais ninguém, é perda de tempo, de paciência, de saúde física e mental. E, pior, tem gente que tenta conseguir o que quer com chantagens emocionais. Agir assim é faltar ao respeito com a própria dignidade. Não implore: ou a pessoa faz por vontade própria, ou é melhor que ela nem saia do lugar. Resguarde-se de gastar forças com quem não merece. E segue.
Imagem de Katja S. Verhoeven por Pixabay
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