Ao longo do tratamento de distúrbios psicológicos, é comum surgir a necessidade de se administrar medicamentos, e nem sempre o organismo do paciente se adapta ao primeiro, ao segundo ou ao terceiro remédio que lhe é receitado. Isso, por sua vez, pode causar um longo sofrimento – mas, apesar de muita gente não saber, existe um exame que pode encurtar esse processo de maneira muito eficiente.
De acordo com Guido Boabaid May, psiquiatra fundador do laboratório especializado em genética humana GnTech, pioneiro no exame em questão, a forma “tradicional” de se receitar medicamentos para tratar depressão, ansiedade, transtorno bipolar e outros distúrbios psíquicos é quase aleatório e, apesar de certas “pistas” indicarem a forma como o paciente reagirá, o processo ainda é de tentativa e erro.
Como explica o psiquiatra, o comportamento de medicamentos em cada organismo depende de um conjunto de fatores, e nem todos eles podem ser mapeados apenas com uma avaliação psicológica ou exames clínicos convencionais. Isso porque, além de eles englobarem o estado de saúde do paciente, a presença de doenças no fígado e nos rins e hábitos de vida, eles também incluem características do DNA.
“O DNA vai determinar de que modo as enzimas que metabolizam os medicamentos vão funcionar, se vão ser mais ou menos eficientes do que o normal, como o medicamento vai se comportar dentro da célula (se vai ficar mais tempo ou menos tempo nela), se determinadas substâncias vão ser degradadas com maior ou menor rapidez, etc.”, diz ele, apresentando o exame farmacogenético como alternativa.
Segundo o psiquiatra, ao sequenciar e analisar o DNA do paciente, é possível ter uma noção maior de quais remédios se comportarão bem e quais não são adequados para o organismo dele com base nas suas tendências em metabolizar as substâncias. Tudo isso, inclusive, é feito de maneira bem simples, e basta o paciente coletar uma amostra da própria saliva, enviando-a em seguida para análise laboratorial.
Além de servir como um guia para o profissional de saúde na hora de prescrever medicamentos, o psiquiatra afirma que este teste também tranquiliza o paciente – algo que faz a diferença, por exemplo, em quadros de ansiedade, já que os sintomas tendem a se agravar conforme ele não se adapta a diferentes remédios e sente efeitos colaterais ruins com a utilização deles. Fora isso, há também uma economia financeira.
“Há uma diminuição de custos, já que um paciente que segue com os sintomas da depressão, sem remissão, é um paciente que tende a gastar muito mais com medicamentos ineficazes e com outras consultas médicas. Isso porque muitos experimentam desconfortos cardíacos, gastrointestinais, e aí vão fazer consultas recorrentes nestes médicos, vão parar na emergência com ataques de pânico”, diz.
Este tipo de exame consiste na coleta de DNA feita pelo próprio paciente. “Basta esfregar um swab, uma espécie de cotonete, na bochecha para coletar células bucais das quais será extraído o DNA”, afirma May, ressaltando que, a partir da solicitação do exame, o paciente receberá um kit para realizar este processo em casa de forma segura.
Em seguida, ele recebe instruções para enviar a amostra pelo correio para o laboratório do Hospital Israelita Albert Einstein, onde ocorre o sequenciamento do DNA em parceria com a empresa. Além disso, também é possível fazer a coleta em um laboratório parceiro ou no consultório do próprio médico, ficando a critério do especialista eleger a melhor forma de realizar o exame.
Embora não esteja disponível no Sistema Único de Saúde (SUS), May afirma que diversos convênios já cobrem o exame farmacogenético e, caso cogite fazer, é importante que a pessoa busque informações com o próprio convênio para saber como se dá a cobertura.
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Destaques Psiclogias do Brasil, com informações de MSN.
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