Hoje quero falar sobre o AMOR.
O AMOR é substância criadora e mantenedora de todas as formas, de todos os seres, de todas as ideias, de tudo que nos interliga neste grande aglomerado de vidas que chamamos de Universo. É o maior tesouro já descoberto pela criatura humana, não se compra e não se guarda. É a única substância criada que se multiplica ao infinito pela medida que se reparte entre tudo e todos.
Quanto maior a doação, mais se multiplica e mais se fortalece de energia, transformando a tudo e todos. É in-criado, faz parte do Cosmos, está em tudo, portanto, como nunca nasceu e sempre existiu, jamais morrerá, não é perecível, é eterno, imutável, perfeito.
Da mesma forma que o sangue e o ar alimenta nossa vida biológica, o AMOR é o ágape, o grande banquete da alma.
É indestrutível pois persiste sobre todos os inimigos, maledicências, mentiras e traições, triunfando sempre e sempre sobre todos os desafios existenciais. Muitos o confundem com paixão, sensualidade, corpo e sexo, o que é um grande engano, pois, quando rebaixado a estas categorias inferiores, apequena-se, diminui de intensidade e luz, frustrando aquele que o rebaixou a categoria dos instintos.
Quando verdadeiro, apto a doar-se sem nada esperar por receber, é o grande gigante da alma, que espera, trabalha e confia, sempre se renovando, sem perturbações emocionais egoísticas, unindo os seres, na mesma vibração elevada, geradora da grande fraternidade, interligando as vidas, em comunhão com o eu superior de cada um.
Prazer e felicidades, sem dor e sobressaltos, nossas maiores aspirações de vida, são gerados pelo AMOR. Da mesma forma que o amor sensualista é como fogo devorador da melhor energia da vida, consumindo, desgastando, destruindo o melhor da essência humana.
Prazer e elevação pessoal são dois pratos da balança da plenitude. O primeiro é como um trem que passa rápido pela longa estrada da existência, o segundo é plenificador, permanente, mesmo sendo cortado pelos afiados cutelos que são nossos desafios existenciais, mantem-se firme, multiplicando saúde e energias elevadas.
Somente quando descobrirmos de fato o poder do AMOR plenificador, estaremos dando o passo mais importante para a conquista daquela que deve ser nossa principal aspiração, a paz interior. Todas as paixões asselvajadas, vícios de vária ordem e demais imperfeições morais, geram insegurança, insensatez, frustração e perda do equilíbrio emocional.
Muitos tem necessidade de ser amados, distorcendo o verdadeiro sentido do AMOR por ainda não terem ultrapassado a fase da infância psicológica, tornando-se então dominadores, ciumentos, exclusivistas e verdadeiros algozes do outro para quem desejam compartilhar afeto.
Paz de consciência, confiança em si mesmo e nas próprias possibilidades, resiliência mediante todos os desafios da existência, vontade firme e pensamento reto na meta altruísta, o não julgamento, a compaixão pelo outro, a vontade ativa de tentar mudar o mundo através dos próprios exemplos, esses e tantos outros exemplos, são alguns dos infinitos benefícios que granjeiam todos aqueles que já despertaram para o AMOR pleno.
Vida é sinônimo de pensamento, vontade e ação, uma constante e eterna impermanência.
Viver é estar aberto à toda e qualquer mudança, mesmo aquelas que nunca desejamos, mas, se tiveres AMOR, permanecerás confiante, com maior e melhor sentido existencial, já que seu AMOR, é indestrutível, libertador.
Quem ama não impõe. Quem ama aceita. Quem ama não julga. Quem ama liberta. Quem ama, por vezes, até deixa ir, pois não necessita de presença para amar.
Como o perfume das flores na primavera e os átomos que iniciam a construção de uma galáxia, o AMOR vai multiplicando e expandindo-se, sem agressão, sem paixão, sempre plenificador.
Joanna de Angelis nos diz que o AMOR não se apega, não sofre a falta, mas frui sempre porque vive no íntimo do ser e não das gratificações que o amado oferece. O AMOR deve ser sempre a meta principal de todas as aspirações humanas, mas devemos lembrar que o AMOR penetra nas criaturas pelo “ser” e nunca através ou pela obtenção do “ter”.