SAÚDE MENTAL

“Falar de cura é algo muito delicado”, opina psicóloga sobre a depressão

Com o intuito de falar sobre a campanha ‘Janeiro Branco’, que dá visibilidade a temas relacionados à saúde mental, o programa ‘Isso é Bahia’, da rádio A TARDE FM, contou com a presença da psicóloga Suely Borges. A especialista tratou dos problemas causados pela depressão, além de apontar alguns motivos que podem prejudicar a saúde mental.

Em 2019, o Brasil teve as maiores taxas de incapacidade causada por depressão e ansiedade do continente americano, segundo estudo da Organização Pan-Americana de Saúde.

De acordo com a psicóloga, a depressão precisa ser vista como uma doença e é necessário identificar o acompanhamento de profissionais para lidar com o transtorno.

“A depressão é uma doença, sim. Precisa ser tratada e encarada como uma doença e isto necessita de um acompanhamento com profissionais especializados: psiquiatras, psicólogos e outros profissionais, que estão envolvidos nessa relação do tratamento da saúde mental. Hoje em dia, a gente trabalha com uma equipe multidisciplinar: terapeutas ocupacionais, musicoterapeuta, educadores físicos, dentre outros profissionais, que estão a par dessa área da saúde mental”, explica a psicóloga.

O uso de medicamentos controlados para melhorar a saúde mental ainda é um ‘tabu’ em nossa sociedade. Borges aponta que é preciso conscientizar a população sobre o assunto.

“É preciso que as pessoas tomem consciência de que precisam de um tratamento, do uso de uma medicação, porque existe um tabu muito grande em fazer uso de uma medicação, que é o chamado “o remédio que causa dependência”. Temos tantas outras doenças que precisam de um uso contínuo de medicação e que não causa tanto impacto na sociedade quanto os transtornos mentais. É por isso a campanha do Janeiro Branco. Para população entender que são doenças que precisam ser tratadas, e não vamos chamar apenas de doenças, mas são situações que precisam ser cuidadas. É óbvio que uma pessoa que tem o diagnóstico de depressão está doente, mas isto não significa dizer que ela é doente”, ressalta a especialista.

Suely aponta ainda que é necessário discutir o que é a cura, mas um tratamento pode dar uma vida melhor ao doente.

“Tem pessoas com doenças crônicas, mas tem pessoas com a doença aguda, e que se for feito, previamente, um tratamento adequado, ela pode, sim, ter uma melhora. Falar de cura é algo muito delicado e vamos ter que entrar em outros conceitos do que é, efetivamente, cura. A gente pensa na ausência da doença e não necessariamente. A gente tem momentos que está mais triste, momentos que está mais alegre. Tem que avaliar especificamente, mas você tem sim, uma qualidade de vida melhor, conclui.

Causas da doença

Muitos fatores podem causar a depressão, desde uma personalidade ‘melancólica’ até o fator ‘econômico’ do país, além de outras questões. O importante, para Suely, é identificar o problema para fazer um tratamento eficiente.

“São muitos fatores que a gente pode pensar no que causa a depressão. Tem pessoas que pela sua própria natureza, são pessoas mais melancólicas. Tem pessoas que em função do estresse do dia a dia pode vir a desenvolver uma depressão. Hoje em dia, a gente vem enfrentando, por exemplo, uma situação econômica bem difícil no nosso país. Isto é um fator que pode ocasionar as pessoas a desenvolver um transtorno depressivo. Imagine uma família que lida com as questões financeiras dessa casa e perde o emprego . Como esta pessoa fica? Tem um filho para cuidar, para alimentar, e por não ter recursos psíquico suficientes termina desenvolvendo uma depressão”, afirma.

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Destaques Psicologias do Brasil, com informações de A Tarde.
Foto destacada: Reprodução/Expire.

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