Dirigido pelos irmãos Mariana e Santiago Arriaga e roteirizado por Guillermo Arriaga, A Céu Aberto é uma tocante exploração dos temas de perda, vingança e reconciliação. A trama acompanha dois irmãos adolescentes, Fernando e Salvador, e sua recém-conhecida meia-irmã Paula, em uma jornada pela fronteira do México com os Estados Unidos para encontrar o responsável pelo acidente que matou seu pai. O filme combina elementos de road movie e drama familiar, destacando os dilemas morais que permeiam a busca pela justiça e as nuances das relações familiares.
A narrativa é enriquecida por uma cinematografia evocativa, capturando paisagens desérticas e criando uma atmosfera de isolamento e introspecção. O elenco jovem, liderado por Máximo Hollander, Theo Goldin e Federica García, entrega atuações convincentes, especialmente no que diz respeito à complexidade emocional de seus personagens. A trilha sonora de Ludovico Einaudi complementa a profundidade da história.
Embora o filme seja visualmente impressionante e carregado de emoção, alguns críticos apontam fragilidades no desenvolvimento de certos subtramas, que poderiam ter sido melhor resolvidos para fortalecer o impacto geral. A duração também é mencionada como um ponto a ser revisado, com algumas sequências que poderiam ser mais concisas para manter o ritmo narrativo.
Apesar desses pontos, A Céu Aberto se destaca por sua abordagem madura e sensível, transformando uma jornada de vingança em uma reflexão sobre o luto, o perdão e os laços familiares. É um filme que, ao explorar as complexidades das escolhas humanas, convida o espectador a olhar para dentro de si mesmo.
Exibido em festivais como Veneza, Morelia e Toronto, o longa foi indicado a prêmios como o Ariel no México, marcando uma estreia promissora para os cineastas. Para os fãs de dramas profundos com toques de faroeste moderno, esta obra é uma experiência imperdível.
