Para a Psicanálise, o homem é um sujeito em eterno conflito entre suas necessidades e desejos. O psiquismo humano é feito de oposições e contradições, de conflitos entre afetos e representações que se opõem.

A Ética da Psicanálise diz respeito à interpretação do desejo inconsciente que coloca ao sujeito a responsabilidade em fazer escolhas. Num primeiro momento, pode parecer simples ser feliz, basta buscar a satisfação dos nossos desejos, mas isso não é tão simples assim: tudo tem um preço. Não vivemos sozinhos, e isso faz com que precisemos abrir mão de muitas coisas para atender as exigências do outro, o que acaba por tornar-se uma exigência nossa também.

O que vemos hoje, dentro daquilo que a pós-modernidade nos oferece, são pessoas que não sabem fazer escolhas, pois não estão dispostas a perder nada, nem a falhar, nem a ceder, nem a sofrer.

Vemos pessoas que consomem tudo que lhes é apresentado, sem questionar, sem refletir, sem se perguntar “o que eu quero de mim?”. Vemos pessoas ansiosas por querer escolher tudo e pessoas deprimidas por não querer ter de escolher nada.

O sujeito dos dias atuais, principalmente em um país como o nosso, encontra-se perdido, sem referências, sem ideais, em um deserto sem uma bússola que lhe mostre a direção mais segura. Para encontrar-se consigo mesmo e com suas escolhas, é necessário distanciar-se, por um instante, de tudo que está do lado de fora e observar o que está do lado de dentro: afetos, sentimentos, vínculos e, é claro, conflitos.

Não há como evoluir sem fazer escolhas (diferentes).

Mas, o problema está justamente em escolher, porque escolher significa renunciar àquilo que se deixou para trás ao seguir um novo caminho. Escolher significa abrir mão disso para conquistar aquilo.

A incerteza para sustentar um desejo causa mal estar. O sofrimento maior acontece durante a angústia vivida no período de indecisão, de estagnação, no qual temos dificuldade em decidir e escolher.

Troque o “E se…?” pelo “Por que não?” e escolha ser feliz, apesar de tudo. Se estiver perdido e confuso, um psicólogo poderá te ajudar. Não dizendo o que você deve fazer, mas tornando-o consciente do que determina suas escolhas.

Audrey Vanessa Barbosa

Psicóloga clínica de abordagem psicanalítica na cidade de Limeira-SP; possui Mestrado Interdisciplinar em Ciências Humanas e Sociais Aplicadas pela FCA- UNICAMP; ministra palestras com temáticas voltadas ao desenvolvimento humano. Também possui formação em Administração de Empresas e experiência na área de RH (Recrutamento & Seleção e Treinamento e Desenvolvimento).

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