A filha da atriz Solange Couto, Morena Mariah, revelou ao jornal Extra que foi vítima de dois casos de violência sexual, um quando tinha apenas 11 anos.
Morena, de 25 anos, disse que sofreu abuso sexual por um familiar dentro da própria casa quando ainda era uma criança. “Minha mãe trabalhava em outro estado e designou um familiar para tomar conta de mim nos períodos de ausência”, contou a filha da atriz. “Durante esse tempo em que ele ficou responsável por mim, ocorreram os episódios de abuso”.
O segundo caso de violência sexual também aconteceu com alguém próximo à Morena, desta vez, o próprio namorado. Ao jornal, ela diz que o namorado se aproveitou de um momento que estava embriagada. “Demorei algum tempo pra entender o que tinha acontecido. Eu estava desacordada. E mesmo após o ocorrido, ele tentou fazer piada do fato de ter feito aquilo. E como era uma pessoa de minha total confiança, eu tentei esquecer o assunto”, relatou.
“Sexo sem consentimento é estupro. Mesmo que o sujeito que faça isso seja cônjuge.”
Morena resolveu abrir o jogo com a mãe há apenas quatro anos. “Fiquei absurdamente indignada. Isso me revolta de tal maneira, porque eu não posso fazer nada”, disse Solange, que alega saber quem foi o familiar que abusou da filha. “Me sinto amarrada, de pés e mãos. Não posso chegar na cara da pessoa e dar um murro, nem apontar o dedo na cara e esculachar. Não posso nada porque nada foi dito, nada foi aclarado, e ela não quer denunciar, tem medo”, desabafa a atriz.
Morena diz que ainda não procurou a polícia para denunciar os estupradores por medo. Ela afirma não ter provas e se sente desmotivada a procurar autoridades. “Já pedi recomendações a muitas pessoas. Todas elas me desaconselharam a recorrer à denfesoria pública. Por ter sido algo que aconteceu há muito tempo, ele pode tentar virar o processo contra mim, como fez o treinador da (nadadora) Joana Maranhão, que relatou um abuso sexual. E, no momento, eu não posso arcar financeiramente com os custos de um processo”, explica.
A jovem, que vive com a mãe, o padrasto e o irmão mais novo no Rio de Janeiro, diz que o movimento feminista a ajudou a entender o que havia acontecido. “Finalmente fui entendendo que a culpa não era minha. O estupro causa um estrago muito grande dentro da gente porque as pessoas colocam a culpa sempre na vítima. Querem saber com que roupa você estava, se você havia bebido, como se qualquer uma dessas coisas pudessem justificar um estupro. Foi muito doloroso pra mim, mas a gente não tem do que se envergonhar e não pode se calar”, disse.
TEXTO ORIGINAL DE BRASILPOST
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