A Constituição Federal determina que as mulheres e homens sejam iguais em direitos e obrigações. Mas, infelizmente, isso não é uma realidade, já que a maioria das mulheres têm redobradas tarefas: compromissos com o trabalho, gestão da casa, cuidados com os filhos e ainda recebem salários menores que dos homens. Apesar disso, não deixam ser criativas e criadores para dar conta de tantas responsabilidades, sem perder o foco e a dedicação.
Podemos citar como exemplo a situação que ocorre nas classes populares, onde alguns maridos gastam os seus salários ou as parcelas do seguro desemprego em bebidas alcoólicas ou em jogatinas. Enquanto isso, as mulheres buscam alternativas formais ou informais de renda, com objetivo de garantir o sustento da família e não medem esforços para assegurar os direitos sociais dos filhos junto aos serviços públicos.
Outra situação similar também acontece na classe média, na qual as mulheres estudam, administram a casa, trabalham fora, levam e buscam os filhos na escola, executando inúmeras atividades ao mesmo tempo. Porém, certos maridos fingem que trabalham e que são bem-sucedidos, sobrecarregando as suas esposas.
As mulheres possuem uma força criativa, que é a capacidade humana de grande valor universal, uma competência singular para impulso da evolução humana e a uma força criadora, que produz uma energia inventiva – para superar as próprias dores e enfrentar as dificuldades, que a vida impõe. Por isso, elas precisam, cada vez mais, ocupar espaços de poder no setor público e privado, assim teremos uma sociedade mais equitativa e resolutiva.
A presença das mulheres nos espaços de poder têm contribuído de forma competente com sua visão feminista e feminina para construção de um mundo melhor. E não importa, se as mulheres são do lar, recatadas, conservadores, audaciosas e revolucionárias, colaboram do mesmo modo, pois elas são o quiserem ser, em qualquer tempo ou espaço.
É importante destacar que foi Freud o primeiro médico a se interessar pelas histórias de vida das mulheres, entendeu suas aflições, afetos e medos que não tinham vazão e passou dar voz a esses sofrimentos, que eram consequências da repressão da rígida moral vitoriana. A origem da psicanálise se deu no encontro entre Freud e Anna O, que teria sido a principal paciente a recusar a hipnose e a propor a cura pela palavra, porque Freud não olhava os sintomas das mulheres como fingimento, atitudes comuns no século 20 e ainda presentes no século 21.
Enfim, as mulheres com o seu “feminino criativo e criador” estão desconstruindo as corroídas ideias machistas e misóginas – que odeiam a convivência igualitária e democrática, que insiste de maneira perversa ou violenta impor o autoritarismo na sociedade. Ou como disse, a filósofa francesa, Simone de Beauvoir, sobre a força das mulheres: “Que nada nos defina. Que nada nos sujeite. Que a liberdade seja a nossa própria substância.”
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