Por Janaína Reis
Os homens tendem a se preservar mais no princípio do relacionamento. Não é incomum, por exemplo, que no começo da vida amorosa eles recebam conselhos de familiares ou amigos mais experientes para que não demonstrem tanto seus sentimentos, pois assim ficariam muito vulneráveis.
É esperado das mulheres, por outro lado, que sejam mais românticas e carinhosas, que demonstrem os sentimentos e expressem de várias formas (inclusive verbalmente) o seu amor, não somente pela pessoa amada, como por todos mais queridos a sua volta. Sendo assim, quando a mulher inicia a vida amorosa ela já está muito mais familiarizada a esse tipo de expressão de amor do que os homens. Já experimentou isso nas suas relações familiares, com amigas e amigos e se sente mais confortável diante disso.
Por ter essa proximidade e ser algo culturalmente e socialmente simbólico como confirmador do amor do outro, ela tende a desejar a ouvir essa expressão (“eu te amo”) muitas vezes, não reconhecendo outras formas não verbais como possibilidades de manifestar esse sentimento.
As mulheres geralmente costumam falar muito mais do que os homens, não somente sobre os seus sentimentos, e depositam muita expectativa na demonstração verbal, que acreditam ser a forma ideal do outro expressar seu amor. Porém, nem todos gostam ou se sentem a vontade para expressar verbalmente seus sentimentos, o que não significa que este não seja recíproco e que não esteja sendo expressado de outras formas.
Podemos pensar que antes de aprendermos a nos comunicar através da fala, nossa comunicação era realizada através de sinais corporais. Essa linguagem pode ser ainda mais verdadeira do que a fala, porque não envolve aspectos racionais e nos acompanha por toda a vida.
Nossos comportamentos podem estar dizendo o que sentimos. Com um olhar apaixonado, um carinho, um beijo ou o desejo sexual, por exemplo. Ou mesmo através de situações simples do dia a dia, que muitas vezes não damos atenção, como quando o outro abre mão de algo que havia planejado para te acompanhar, quando te apoia na realização dos seus sonhos e comemora junto todas as suas conquistas, quando faz planos com você ou te envolve nos próprios projetos de vida, quando tenta te mostrar outros caminhos que possam te fazer mais feliz, ao te surpreender com uma refeição deliciosa feita com tanto carinho, quando oferece seu colo naquele dia que em que está precisando ou quando se prontifica a resolver questões de ordem prática simplesmente para te ajudar.
Na verdade são muitas e inesgotáveis as formas de dizer “eu te amo”, porque o amor é um sentimento muito livre, não obedece a regra alguma e tem uma linguagem muito ampla, podendo ser manifestado de muitas formas e em diferentes momentos.
Seja qual for a sua forma de expressar o seu amor, sabemos como é prazeroso saber que somos amados. Então para aqueles quem que gostam de dizer “eu te amo”, digam, entreguem-se, quando e sempre que sentirem vontade, sem expectativas ou cobranças. Exigir isso do outro pode alimentar a própria insegurança, gerar a sensação de falta de sinceridade quando for dito, além de subtrair a espontaneidade que é fundamental para tornar esse ato tão especial.
Amar não é uma escolha, mas estar em um relacionamento é. Assim, seria mais coerente pensarmos que o amor está além do que é dito, e sim se traduz pelo desejo de estar junto e querer bem ao ser amado, apesar de todas as diferenças e dificuldades que isso possa representar. Aproveite a possibilidade de estar com alguém que você ama e que te ame e permita-se sentir a presença desse sentimento no simples silêncio cúmplice de estarem vivendo juntos essa poderosa experiência.
TEXTO ORIGINAL DE MINHA VIDA
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