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Gloria Perez conta que guarda sapatilha da filha e relembra crime: ‘Não sei como não morri junto’

Quando aceitou dar seu depoimento sobre o crime brutal que tirou a vida de sua filha há 30 anos, Gloria Perez tinha como objetivo tirar o ar novelístico que o crime ganhou devido à abordagem equivocada e sensacionalista da mídia da época. Em recente entrevista para a Veja Rio, a escritora da Rede Globo se disse satisfeita com o resultado do que viu em “Pacto brutal: o assassinato de Daniella Perez” e prefere ignorar os comentários do responsável pelo crime, o ex-ator Guilherme de Pádua.

“Tudo o que eu sempre quis foi sair do folhetim para que as pessoas vissem exatamente quem era a Dani, quem ela foi e o que se passou durante o processo. Nada do que os assassinos disseram se sustentou no tribunal. (Guilherme) quer holoforte, mas não existe mais nada a polemizar. O caso está transitado em julgado. Não tem versão tem sentença. E ela foi toda mostrada na série. Se ele tivesse algo a dizer, contestar, ele processaria o Estado por ter ficado preso. Não fez isso porque o crime saiu barato demais para os assassinos”, disse a autora.

Gloria revelou que ainda guarda com si um pé da sapatilha de ponta cor-de-rosa de Daniella, que também era dançarina. O outro pé foi dado ao advogado criminalista que conduziu o processo, como agradecimento. Revisitando todo o arquivo do processo, Gloria sente que valeu a pena e que agora pode viver o próprio luto. No entanto, ela confessou que ainda se culpa pelo ocorrido.

“É uma culpa absurda. Eu preferia ter levado as punhaladas no lugar dela. Por que eu não estava lá? Por que eu não fui aos estúdios? Mãe sente culpa. Se seu filho cai e você não está em caa, se pergunta: por que eu não estava presente? E, no caso do assassinato da Dani, o alvo era eu. Fui eu que frustrei o sonho da grandeza dos psicopatas, ao tirar o Guilherme da trama. Que pena que não fui eu no lugar dela”.

A novelista disse também que ainda reflete sobre como encontrou forças para seguir de pé depois de tudo que enfrentou.

“Meu Deus. Até hoje não sei como não morri junto, mas eu tinha outros dois filhos. Não podia abandoná-los para me entregar só à minha dor. Acredito que foi a necessidade de ser forte que me manteve viva”.

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Destaques Psicologias do Brasil, com informações de Yahoo!
Fotos: Reprodução.

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